Experiências mágicas
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Experiências mágicas
Olá pessoas.
Tomei a ousadia de criar um espaço pra gente poder contar um pouco as experiências que tivermos durante nossa roda do ano ou demais rituais.
Vou começar por mim, pq abri o tópico e pq sou gaiata.
Estou tendo dificuldade em criar uma narrativa sobre esse período entre Hod e Netzach. Tem muuuuita coisa acontecendo em minha vida, mas não tô conseguindo relacionar, embora eu ache que seja possível.
Eu diria até que é o período com maiores acontecimentos desde que começamos essa roda do ano. E paradoxalmente, é o período em que menos estou conseguindo correlacionar as experiências.
E vcs? Como andam as coisas? já passaram por algo do tipo?
Tomei a ousadia de criar um espaço pra gente poder contar um pouco as experiências que tivermos durante nossa roda do ano ou demais rituais.
Vou começar por mim, pq abri o tópico e pq sou gaiata.
Estou tendo dificuldade em criar uma narrativa sobre esse período entre Hod e Netzach. Tem muuuuita coisa acontecendo em minha vida, mas não tô conseguindo relacionar, embora eu ache que seja possível.
Eu diria até que é o período com maiores acontecimentos desde que começamos essa roda do ano. E paradoxalmente, é o período em que menos estou conseguindo correlacionar as experiências.
E vcs? Como andam as coisas? já passaram por algo do tipo?
Nienna- Neófito
- Mensagens : 94
Data de inscrição : 03/03/2015
Re: Experiências mágicas
Nienna escreveu:
Tomei a ousadia de criar um espaço pra gente poder contar um pouco as experiências que tivermos durante nossa roda do ano ou demais rituais.
Haha, ousadia não, direito!
Mas sobre isso muitas coisas acontecendo, eu diria até que este período em especial tem trazido à tona o melhor e o pior de mim.
Bem característico do trabalho com as Kabbalah, "o reconhecimento do mal" é uma etapa necessária ao desenvolvimento dos candidatos ao estudo da Etz Hayin.
Mas poderia citar vários eventos como paternidade, momentos de extrema reflexão e sensação de completo afastamento do centro.
Acredito que cada etapa tem o seu propósito e desta vez não é diferente... cada um de nós em âmbitos diferentes está tendo que lutar contra seus demônios e anjos interiores para alcançar a conquista de si mesmo.
Jacó e o Anjo (1865) - Alexandre-Louis Leloir
In: Gênesis 32:22-32
Acredito que sairemos coxeando dessa luta como Jacó, ou Israel se preferirem...
Mas teremos sidos vitoriosos de após o desafio
Saudações!
Re: Experiências mágicas
Malklord escreveu:
Acredito que sairemos coxeando dessa luta como Jacó, ou Israel se preferirem...
Mas teremos sidos vitoriosos de após o desafio
Saudações!
"Pq bela se coxa, pq coxa se bela?"
Eu tbm tomei as minhas nesse tempo e não foram poucas. Hoje, no entanto, começo a costurar uma história.
Bom ver seu otimismo.
Nienna- Neófito
- Mensagens : 94
Data de inscrição : 03/03/2015
Re: Experiências mágicas
Daqui, estou passando por uma fase de amadurecimento emociona, passando muito por pontos relacionados a comunicação.
Klepsidra- Caminhante
- Mensagens : 37
Data de inscrição : 08/03/2021
Idade : 29
Localização : HELL DE JANEIRO
Nienna gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Diferente de Hod que para mim foi extremamente familiar, Netzach tem sido uma experiência mais distanciada. Até boa parte do caminho não conseguia sentir nada característico dessa sephirah, mas aos poucos ela tem se mostrado, agora já consigo perceber algumas correspondências.
Tenho percebido a necessidade de organizar algumas coisas, interna e externamente. Mas é algo que deve ser feito com calma.
Tenho percebido a necessidade de organizar algumas coisas, interna e externamente. Mas é algo que deve ser feito com calma.
Neo- Adepto
- Mensagens : 302
Data de inscrição : 05/03/2015
Localização : Salvador - BA
Nienna gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Atualizando....
Se no período pré-ritual eu tive alguma dificuldade em sentir a ação de Netzach, durante o rito não tive nenhuma. Foi intenso como um trabalho com ayahuasca. Já no RmP de invocação, realizado no início do rito eu senti de forma bastante viva a vibração de cada Nome percorrer meu corpo. As paredes pareciam criar texturas diferentes, conforme a vibração dos Nomes divinos.
A Invocação das Chaves também causou sensações fortes, cada uma delas parecia um objeto físico, que podia sentir no tato, ouvir enquanto pronunciava como se estivessem sendo pronunciadas por outra pessoa, conseguia até vislumbrar suas formas.
Durante a meditação entrei em um transe bastante intenso, me projetei, vi coisas, conversei com figuras que me auxiliaram, ajudando a direcionar minha experiência. Uma delas apareceu para mim na cor verde, o que me causou alguma surpresa, uma surpresa estranha, pois não sei porque fiquei surpreso rsrs
Outra começou com a cor laranja preenchendo meu campo visual, e um nome surgindo na minha boca: Haniel
As duas figuras contribuíram com direcionamentos e se mostraram complementares.
Muita coisa pra anotar no grimório, muita coisa pra pensar
Obrigado pela companhia de vcs
Se no período pré-ritual eu tive alguma dificuldade em sentir a ação de Netzach, durante o rito não tive nenhuma. Foi intenso como um trabalho com ayahuasca. Já no RmP de invocação, realizado no início do rito eu senti de forma bastante viva a vibração de cada Nome percorrer meu corpo. As paredes pareciam criar texturas diferentes, conforme a vibração dos Nomes divinos.
A Invocação das Chaves também causou sensações fortes, cada uma delas parecia um objeto físico, que podia sentir no tato, ouvir enquanto pronunciava como se estivessem sendo pronunciadas por outra pessoa, conseguia até vislumbrar suas formas.
Durante a meditação entrei em um transe bastante intenso, me projetei, vi coisas, conversei com figuras que me auxiliaram, ajudando a direcionar minha experiência. Uma delas apareceu para mim na cor verde, o que me causou alguma surpresa, uma surpresa estranha, pois não sei porque fiquei surpreso rsrs
Outra começou com a cor laranja preenchendo meu campo visual, e um nome surgindo na minha boca: Haniel
As duas figuras contribuíram com direcionamentos e se mostraram complementares.
Muita coisa pra anotar no grimório, muita coisa pra pensar
Obrigado pela companhia de vcs
Neo- Adepto
- Mensagens : 302
Data de inscrição : 05/03/2015
Localização : Salvador - BA
Re: Experiências mágicas
Malklord escreveu:Acredito que sairemos coxeando dessa luta como Jacó, ou Israel se preferirem...
Mas teremos sidos vitoriosos de após o desafio!
Vou te dizer que a sensação ontem era bem parecida com meus treinos de Jiu-Jitsu, mas só soube dar nome ao ler sua fala.
Hod, apesar de trabalhosa, foi uma sephirah em que me senti em casa, em paz e deliciosamente estável. Foi um período de me reconhecer, lembrar de algumas qualidades, observar algumas faltas e, nessas faltas, ver a possibilidade de construir coisas novas. É algo difícil de ser explicado, mas me ocorreu perto do rito algo que sintetiza bem, pra mim, a sensação: foi como me lembrar do meu nome.
Netzach... Ah, Netzach!
Tive medo de inicio da vivência em suas emanações, mas não querendo repetir a resistência que tive em Yesod, me esforcei em manter a coragem, primeira qualidade do magista, e aceitar o que viesse. Foi o exercício de me abrir para a experiência mais vivida e menos pensada, menos atada a fórmulas e formas, e confiar que as formas construídas nos exercícios de Hod, os entendimentos adquiridos alí, seriam capazes de abarcar e dar sentido ao que emasse de Netzach.
Devo dizer que minha vivência de Netzach veio de surpresa, em uma viagem semanas antes do rito. Que veio através de uma égregora que não esperava e com a qual não estamos trabalhando, mas que sempre me surpreendeu e me deu, até agora, minhas experiências mais claras e imersivas na espiritualidade, sem sombra e dúvidas: a dos Orixás. E que seu ponto mais alto foi ao redor de uma mesa, entre amigos, celebrando a possibilidade de estarmos juntos. Alí talvez possa dizer que tive um momento de espiar uma visão da Beleza, entender melhor essa visão e intuir onde se encontra o mirante onde posso revisitá-la. Se posso descrever a experiência em uma frase, para mim, foi como ter meu nome chamado.
Quanto ao rito... Bom, ele foi bem tranquilo. Tudo estava pronto horas antes (geralmente eu tô fazendo alguma coisa até os últimos momentos). Tive muita facilidade nas visualizações, algo que costuma oscilar nas minhas experiências, e em estar imerso no que fazia. Todas as formas construídas nos exercícios ao longo da preparação nos dias anteriores pareciam se encher que uma vivacidade excepcional. Em alguns breves momentos tive uma experiência parecida com algo que vivenciei com ayahuasca, mas em bem menor intensidade, que é "ver" o que visualizava sobreposto ao ambiente, mas não exatamente... talvez seja o que chamam de dupla-vista. Às vezes me peguei distraído observando minhas sensações de forma objetificadora, tentando analisar, o que me deixava ansioso e diminuía um pouco a imersão, mas não foi difícil contornar. A meditação guiada foi bastante efetiva e tudo pareceu passar muito rápido. No fim percebi que as distrações eram só uma forma de receio que se instalou nos últimos dias por viver um estado emocional tão aberto, pois já experimentei isso antes e os resultados foram complicados. Mas desta vez foi seguro. A sensação final foi de um IMENSO alívio.
Enfim, o rito em si me pareceu uma concretização da vivência, muito mais uma confirmação suave do que veio antes, sem grandes visões, mas especial. Fiquei emocionalmente exausto, mas valeu a pena. Acredito que este trabalho ainda pode reverberar muito ao longo da minha vida.
Obrigado pela companhia. Muito obrigado.
Nauta- Neófito
- Mensagens : 141
Data de inscrição : 21/02/2015
Idade : 32
Localização : Salvador
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Re: Experiências mágicas
Ler o relato de vcs enche meu coração. Alias ele vive sempre cheio, por isso costumo brincar que Netzach é minha casa.
De Hod pra cá não foi um caminho fácil pra mim. Foi cheio de dores, luto, de corpo e alma. Foram tantas coisas que, por algum tempo, perdi a capcidade de criar uma narrativa sobre a vida. Perdeu o sentido narrar o que não fazia sentido algum.
Talvez seja assim que os loucos se sentem em momentos de desorganização, que só melhora quando eles são capazes de criar um delirio (uma especie de historinha que nós, cheios de pretensão, chamamos de mentirosa pq não condiz com aquilo que defendemos como realidade).
Que realidade né? Aquela que a gente tbm inventa narrando os fatos de acordo com uma logica qualquer? .
O caminho entre Hod e Netzach foi da dor ao amor. Da perda ao reencontro comigo mesma. Do verde da materia putrefata ao dourado do ouro glorioso que juntos compoem as cores dessa sephira em Assiah.
A medida que se aproximava do rito, senti mais e mais cada um de vcs. Sonhei com alguns, encontrei outros, desejei o melhor para todos, enviei amor...
Depois do ritual sinto como se cada um de vcs fossem parte de mim tbm.
Sobre o ritual quero fazer um elogio especial a meditação. Foi a mais linda e emocionante ate aqui. A musica que canta o tetragrama divino me conectou com algo que ha muito nao encontrava.
Ela vai virar minha oração.
No mais agradeço a todos por compartilhar esse momento e lembrem-se a vida as vezes não é nada fácil, mas uma hora ela tem que melhorar. Sempre melhora
De Hod pra cá não foi um caminho fácil pra mim. Foi cheio de dores, luto, de corpo e alma. Foram tantas coisas que, por algum tempo, perdi a capcidade de criar uma narrativa sobre a vida. Perdeu o sentido narrar o que não fazia sentido algum.
Talvez seja assim que os loucos se sentem em momentos de desorganização, que só melhora quando eles são capazes de criar um delirio (uma especie de historinha que nós, cheios de pretensão, chamamos de mentirosa pq não condiz com aquilo que defendemos como realidade).
Que realidade né? Aquela que a gente tbm inventa narrando os fatos de acordo com uma logica qualquer? .
O caminho entre Hod e Netzach foi da dor ao amor. Da perda ao reencontro comigo mesma. Do verde da materia putrefata ao dourado do ouro glorioso que juntos compoem as cores dessa sephira em Assiah.
A medida que se aproximava do rito, senti mais e mais cada um de vcs. Sonhei com alguns, encontrei outros, desejei o melhor para todos, enviei amor...
Depois do ritual sinto como se cada um de vcs fossem parte de mim tbm.
Sobre o ritual quero fazer um elogio especial a meditação. Foi a mais linda e emocionante ate aqui. A musica que canta o tetragrama divino me conectou com algo que ha muito nao encontrava.
Ela vai virar minha oração.
No mais agradeço a todos por compartilhar esse momento e lembrem-se a vida as vezes não é nada fácil, mas uma hora ela tem que melhorar. Sempre melhora
Nienna- Neófito
- Mensagens : 94
Data de inscrição : 03/03/2015
Nauta gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Bom,
Os últimos dias tem sido desafiadores, como a luta de Jacó contra o Anjo,
No meu caso lutando contra meus demônios interiores, minhas imperfeições e minha manias...
Reunir o esforço de combater as tendências inferiores, perder algumas batalhas, sentindo culpa, ódio e indiferença de si mesmo...
Em contrapartida tenho observado as conquistas que se apresentam na minha vida, os sonhos materializados, as pessoas que vivem a minha volta ( ou não tão à volta assim) e que fazem parte da minha vida.... Quantas bênçãos são distribuídas diariamente e não nos damos conta...
"O caminho do Magista seria uma espécie de sacerdócio?"
Sim, desbravar as próprias profundezas em um mar de inconsciência em que vivemos é o maior desafio que podemos enfrentar... O caminho que escolhemos é o caminho do eremita, o caminho daquele que porta a Lanterna de Hermes, no entanto ninguém nos vê... A grande batalha, a grande lapidação, a Tikkun Hamidot só acontece para um único e solitário espectador... Ou poderia chamá-lo de Observador?
No entanto, quando a Vontade está em ação ela provoca mudanças no mundo, ela transforma a realidade e mesmo que não recebamos "as glórias do mundo", a modificação que fazemos com aquilo que nos toca deixará suas marcas. Aqueles com "olhos de ver e ouvidos de ouvir" saberão que passamos por ali.
E isso é Netzach, isso é vitória, isso é amor e eternidade.
Quanto ao rito, senti uma vibração intensa em cada passo, mas especialmente durante a meditação.
Fui projetado para um local interessante e as ondas de calor e eu diria "eletricidade" corriam pelo meu corpo que reverberava a manifestação do fluxo energético.
Conclui abastecido energeticamente, com muitas coisas correndo na cabeça pra concluir e tendo a certeza de que o caminho está sendo construído paulatinamente, ainda que coxo mas caminhando... ainda que fraco, caminhando... ainda que perdido, caminhando...
Muito bom estar com vocês, nobres companheiros de caminhada.
Saudações!
Os últimos dias tem sido desafiadores, como a luta de Jacó contra o Anjo,
No meu caso lutando contra meus demônios interiores, minhas imperfeições e minha manias...
Reunir o esforço de combater as tendências inferiores, perder algumas batalhas, sentindo culpa, ódio e indiferença de si mesmo...
Em contrapartida tenho observado as conquistas que se apresentam na minha vida, os sonhos materializados, as pessoas que vivem a minha volta ( ou não tão à volta assim) e que fazem parte da minha vida.... Quantas bênçãos são distribuídas diariamente e não nos damos conta...
"O caminho do Magista seria uma espécie de sacerdócio?"
Sim, desbravar as próprias profundezas em um mar de inconsciência em que vivemos é o maior desafio que podemos enfrentar... O caminho que escolhemos é o caminho do eremita, o caminho daquele que porta a Lanterna de Hermes, no entanto ninguém nos vê... A grande batalha, a grande lapidação, a Tikkun Hamidot só acontece para um único e solitário espectador... Ou poderia chamá-lo de Observador?
No entanto, quando a Vontade está em ação ela provoca mudanças no mundo, ela transforma a realidade e mesmo que não recebamos "as glórias do mundo", a modificação que fazemos com aquilo que nos toca deixará suas marcas. Aqueles com "olhos de ver e ouvidos de ouvir" saberão que passamos por ali.
E isso é Netzach, isso é vitória, isso é amor e eternidade.
Quanto ao rito, senti uma vibração intensa em cada passo, mas especialmente durante a meditação.
Fui projetado para um local interessante e as ondas de calor e eu diria "eletricidade" corriam pelo meu corpo que reverberava a manifestação do fluxo energético.
Conclui abastecido energeticamente, com muitas coisas correndo na cabeça pra concluir e tendo a certeza de que o caminho está sendo construído paulatinamente, ainda que coxo mas caminhando... ainda que fraco, caminhando... ainda que perdido, caminhando...
Muito bom estar com vocês, nobres companheiros de caminhada.
Saudações!
Re: Experiências mágicas
E então, pessoal, como foi a passagem de vocês por Tipheret? Espero que tranquila, na paz, e que essa paz continue brilhando nos horizontes de Marte para onde nos dirigimos.
Minha vivência com Tipheret foi longa e imersiva. Logo que finalizamos Netzach comecei a construir em mim as reflexões e conceitos relativos ao trabalho seguinte, coisa que deixava para mais tarde nos ritos anteriores. Foi um mês longo, cheio de exercícios, atividades e reflexões tão direcionadas quanto consegui, apoiados cada um nos princípios que aprendi nas esferas anteriores. Os insights e reflexões foram imensos e eu não sei se conseguiria descrevê-los. Inclusive acredito que esta tenha sido uma falta: escrevi pouco do que vivi no grimório, deveria ter feito mais, mas só consegui organizar alguma coisa depois do rito. Ainda tenho dificuldades com esta ferramenta em especial.
Meu ponto de apoio, mais uma vez um tanto fora das egrégoras que trabalhamos, foi um santo, o andarilho e obreiro Francisco. Alguns pontos de sua história sempre foram impactantes para mim e com facilidade me emociono e me deixo levar por algumas passagens e as reflexões que provocam. A Oração de São Francisco, apesar de não ser de autoria dele, também resume com uma enorme precisão aquilo que enxergo como propósito e caminho espirituais (pelo menos aquele que desejo tivesse forças para trilhar), e sobre ela refleti em muitos momentos. É claro que junto a essas reflexões tbm houve leitura sobre cabala, as sephiroth e tudo mais.
E para mim acho que Tipheret foi sobre isso: propósitos e caminhada. Os propósitos e "visões da paisagem do caminho" prefiro deixar para mim pois creio que são muito particulares, não só os meus mas os do próximo, e não acho que os meus em particular sirvam e devam ser tomados como exemplo. Mas duas histórias gostaria de compartilhar.
A primeira é a do rito, minha caminhada até ele e algumas dificuldades. Vai que é algo que alguém já passou tbm...
Tenho o habito de meditar e, quando me preparando para um trabalho magístico, ao fim do exercício rotineiro de meditação foco no objeto de meus estudos para "sentir" as esferas e a maneira como me relaciono com elas, de uma forma parecida com o que se faz em "scrying" ou fazendo o que alguns chamam de contato mágico. Com Tipheret o exercício se mostrou um pouco difícil e oscilante, e fiz poucas vezes e com paciência, afinal nada se constrói do dia para a noite. Por algum motivo, durante todo o período meus esforços foram acompanhados por um certo receio lá no fundo da mente que até o presente momento não consegui identificar a que se ligava.
Um dia, em meu exercício de meditação, tive ainda mais dificuldade em me concentrar, sentia uma certa resistência. Era mentalmente como lidar com um vento forte com poeira XD. Em um momento as coisas se acalmaram e no lugar da resistência surgiram questionamentos. Era como se alguém falasse comigo internamente e me perguntasse coisas e eu fui respondendo... uma das respostas foi evocar com calma a minha percepção de cada uma das esferas anteriores de uma forma sentida, mas com alguma aplicabilidade prática ao trabalho magístico. Ao fim disso, de uma forma curiosa, lembrei de um salmo que, apesar de não saber de cor, foi surgindo frase por frase quase inteiro em minha mente, e em fim me senti de fato em estado meditativo e de relação com a esfera. Ao tentar lembrar as perguntas que me foram feitas não consegui, ali mesmo ainda sentado, e fiquei muito surpreso com isso. E vejam bem, não é como se eu tivesse entrado em um profundo estado alterado de consciência com visões e vozes e nada disso, parecia muito mais um diálogo interno onde coisas surgiam de uma forma muito espontânea. Ou seja, talvez seja viagem de magisto emocionado
Todas os exercícios seguintes foram precedidos pela recitação do salmo.
O rito em si foi muito tranquilo, bem direcionado. Só consegui me concentrar de fato após ler do salmo e, ao fazê-lo, foi como se o rito se abrisse para mim. Lembrar do rito é engraçado pois é diferente de como foi vivenciado de fato. Só consigo me lembrar do quarto iluminado de amarelo, mas ele estava, na realidade, escuro. Durante a meditação tive uma experiência semelhante com a relatada acima: quietude e questionamentos. Respondi novamente mais ou menos da mesma forma, mas, desta vez, ouve um silencio e uma sensação de expectativa. A voz interna que falava comigo parecia esperar mais alguma coisa. Tudo isso é difícil de descrever e de tomar como algo além de "eu estava emocionado de mais e imaginando", mas ao pensar na experiência tenho uma sensação tão solida, tão concreta... Enfim, durante todo esse momento, em minha mente, e apesar de ver meu quarto normalmente ao abrir os olhos, era como se eu estivesse em um salão amplo, sentado no chão, e a figura que falava comigo estivesse de pé em minha frente. Ainda que eu consiga dizer que era um salão, e isto é absolutamente contraditório, era como se eu não conseguisse enxergar... era como tentar olhar através de frestas ou como se meus "olhos" não funcionassem bem, e ao mesmo tempo em que eu percebia o ambiente eu não tinha seus contornos, cores e definições.
A figura esperou, eu esperei, afinal não tinha o que acrescentar e estava tranquilo com isso, e de repente era como se um momento com algum significado tivesse passado. Era uma sensação de que o que precisava ser feito foi feito, a construção e execução do rito foram solidas, mas alguma coisa que poderia fazer parte da experiência não fez. Eu me sentia, e ainda me sinto ao lembrar, muito confortável. Não era como uma frustração ou nada do tipo, só uma falta e um "ok", e como se essa falta não fosse absoluta ou definitiva, meio que só um espaço ainda em branco. Ainda me senti firmemente conectado com a esfera, a força e emoção da vivência como um todo. Enfim, foi algo que senti vontade de compartilhar e quem sabe trocar figurinhas,quem sabe ouvir a icônica Márcia Sensitiva mandando um "DEIXA DE SER DOIDA".
A outra história (e eu sei que o post tá enorme, deixa eu ser prolixo em paz u.u), foi uma lembrança que tive em um dos meus momentos de reflexão e que, pra mim, sintetiza bem minha vivencia com Tipheret.
Eu tenho um sobrinha e quando ela nasceu eu passava bastante tempo em sua casa. Um dia quando ela tinha uns dois anos, a mãe saiu deixando-nos sozinhos por um breve instante, ela no quarto dormindo e eu na sala estudando. Minha sobrinha nunca ficava sem a mãe, e talvez essa tenha sido a primeira vez, mesmo que a bebê estivesse dormindo. Acontece que a bela adormecida acordou e logo saiu pela casa chamando pela mãe. Ao notar a ausência, abriu o berreiro a chorar inconsolável, um tanto desesperada até
Eu, o único adulto presente, fui com toda a calma e paciência explicar que a mamãe voltaria logo, tudo bem ela chorar mas podia ficar calma, respirar um pouco... perguntei se queria ficar no colo, como eu as vezes a colocava para dormir, e ela veio chorando mesmo e deitou a cabeça no meu ombro enquanto eu sacodia o pacotinho de cabelos cacheados.
Naquele momento de quase silêncio eu conseguia sentir o coração dela batendo perto do meu peito, ouvir a respiração meio fungada depois do choro, perceber a confiança que só uma criança consegue ter de deitar a cabecinha no ombro e esperar consolo... Naquele momento, o silêncio que se fazia ao redor parecia ser o silêncio entre as coisas do mundo, um silêncio que se esconde no funcionamento das leis que regem o universo. E me ocorreu que meus braços não foram feitos para outra coisa se não para abraçar minha sobrinha e lhe dar conforto ali. Esse pensamento veio com uma certeza calma, como a gente sabe que a luz brilha. Meus braços não eram meus e isso era... certo. Palavras como satisfação ou felicidade não descrevem. Mas eu posso dizer que, naquele instante, minha existência parecia justificada, assim como tudo o que existe no mundo.
Eu nunca contei isso antes e, apesar de terem sido ocorrências raras em uma época bem específica da minha vida, não foi o único acontecimento do tipo. Houve pelo menos mais dois, um deles quando minha sobrinha nasceu e eu pude ouvir seu primeiro choro pq o pai fez uma chamada da sala de parto, mas eu não vou falar pq há quem diga que eu sou muito coruja e não é este o ponto u.u. O ponto não é minha sobrinha. Nem eu.
Minha sobrinha desesperada, coitada, toda triste e catarrenta querendo a mãe e eu inventando história melosa kkkkkk
Minha vivência com Tipheret foi longa e imersiva. Logo que finalizamos Netzach comecei a construir em mim as reflexões e conceitos relativos ao trabalho seguinte, coisa que deixava para mais tarde nos ritos anteriores. Foi um mês longo, cheio de exercícios, atividades e reflexões tão direcionadas quanto consegui, apoiados cada um nos princípios que aprendi nas esferas anteriores. Os insights e reflexões foram imensos e eu não sei se conseguiria descrevê-los. Inclusive acredito que esta tenha sido uma falta: escrevi pouco do que vivi no grimório, deveria ter feito mais, mas só consegui organizar alguma coisa depois do rito. Ainda tenho dificuldades com esta ferramenta em especial.
Meu ponto de apoio, mais uma vez um tanto fora das egrégoras que trabalhamos, foi um santo, o andarilho e obreiro Francisco. Alguns pontos de sua história sempre foram impactantes para mim e com facilidade me emociono e me deixo levar por algumas passagens e as reflexões que provocam. A Oração de São Francisco, apesar de não ser de autoria dele, também resume com uma enorme precisão aquilo que enxergo como propósito e caminho espirituais (pelo menos aquele que desejo tivesse forças para trilhar), e sobre ela refleti em muitos momentos. É claro que junto a essas reflexões tbm houve leitura sobre cabala, as sephiroth e tudo mais.
E para mim acho que Tipheret foi sobre isso: propósitos e caminhada. Os propósitos e "visões da paisagem do caminho" prefiro deixar para mim pois creio que são muito particulares, não só os meus mas os do próximo, e não acho que os meus em particular sirvam e devam ser tomados como exemplo. Mas duas histórias gostaria de compartilhar.
A primeira é a do rito, minha caminhada até ele e algumas dificuldades. Vai que é algo que alguém já passou tbm...
Tenho o habito de meditar e, quando me preparando para um trabalho magístico, ao fim do exercício rotineiro de meditação foco no objeto de meus estudos para "sentir" as esferas e a maneira como me relaciono com elas, de uma forma parecida com o que se faz em "scrying" ou fazendo o que alguns chamam de contato mágico. Com Tipheret o exercício se mostrou um pouco difícil e oscilante, e fiz poucas vezes e com paciência, afinal nada se constrói do dia para a noite. Por algum motivo, durante todo o período meus esforços foram acompanhados por um certo receio lá no fundo da mente que até o presente momento não consegui identificar a que se ligava.
Um dia, em meu exercício de meditação, tive ainda mais dificuldade em me concentrar, sentia uma certa resistência. Era mentalmente como lidar com um vento forte com poeira XD. Em um momento as coisas se acalmaram e no lugar da resistência surgiram questionamentos. Era como se alguém falasse comigo internamente e me perguntasse coisas e eu fui respondendo... uma das respostas foi evocar com calma a minha percepção de cada uma das esferas anteriores de uma forma sentida, mas com alguma aplicabilidade prática ao trabalho magístico. Ao fim disso, de uma forma curiosa, lembrei de um salmo que, apesar de não saber de cor, foi surgindo frase por frase quase inteiro em minha mente, e em fim me senti de fato em estado meditativo e de relação com a esfera. Ao tentar lembrar as perguntas que me foram feitas não consegui, ali mesmo ainda sentado, e fiquei muito surpreso com isso. E vejam bem, não é como se eu tivesse entrado em um profundo estado alterado de consciência com visões e vozes e nada disso, parecia muito mais um diálogo interno onde coisas surgiam de uma forma muito espontânea. Ou seja, talvez seja viagem de magisto emocionado
Todas os exercícios seguintes foram precedidos pela recitação do salmo.
O rito em si foi muito tranquilo, bem direcionado. Só consegui me concentrar de fato após ler do salmo e, ao fazê-lo, foi como se o rito se abrisse para mim. Lembrar do rito é engraçado pois é diferente de como foi vivenciado de fato. Só consigo me lembrar do quarto iluminado de amarelo, mas ele estava, na realidade, escuro. Durante a meditação tive uma experiência semelhante com a relatada acima: quietude e questionamentos. Respondi novamente mais ou menos da mesma forma, mas, desta vez, ouve um silencio e uma sensação de expectativa. A voz interna que falava comigo parecia esperar mais alguma coisa. Tudo isso é difícil de descrever e de tomar como algo além de "eu estava emocionado de mais e imaginando", mas ao pensar na experiência tenho uma sensação tão solida, tão concreta... Enfim, durante todo esse momento, em minha mente, e apesar de ver meu quarto normalmente ao abrir os olhos, era como se eu estivesse em um salão amplo, sentado no chão, e a figura que falava comigo estivesse de pé em minha frente. Ainda que eu consiga dizer que era um salão, e isto é absolutamente contraditório, era como se eu não conseguisse enxergar... era como tentar olhar através de frestas ou como se meus "olhos" não funcionassem bem, e ao mesmo tempo em que eu percebia o ambiente eu não tinha seus contornos, cores e definições.
A figura esperou, eu esperei, afinal não tinha o que acrescentar e estava tranquilo com isso, e de repente era como se um momento com algum significado tivesse passado. Era uma sensação de que o que precisava ser feito foi feito, a construção e execução do rito foram solidas, mas alguma coisa que poderia fazer parte da experiência não fez. Eu me sentia, e ainda me sinto ao lembrar, muito confortável. Não era como uma frustração ou nada do tipo, só uma falta e um "ok", e como se essa falta não fosse absoluta ou definitiva, meio que só um espaço ainda em branco. Ainda me senti firmemente conectado com a esfera, a força e emoção da vivência como um todo. Enfim, foi algo que senti vontade de compartilhar e quem sabe trocar figurinhas,
A outra história (e eu sei que o post tá enorme, deixa eu ser prolixo em paz u.u), foi uma lembrança que tive em um dos meus momentos de reflexão e que, pra mim, sintetiza bem minha vivencia com Tipheret.
Eu tenho um sobrinha e quando ela nasceu eu passava bastante tempo em sua casa. Um dia quando ela tinha uns dois anos, a mãe saiu deixando-nos sozinhos por um breve instante, ela no quarto dormindo e eu na sala estudando. Minha sobrinha nunca ficava sem a mãe, e talvez essa tenha sido a primeira vez, mesmo que a bebê estivesse dormindo. Acontece que a bela adormecida acordou e logo saiu pela casa chamando pela mãe. Ao notar a ausência, abriu o berreiro a chorar inconsolável, um tanto desesperada até
Eu, o único adulto presente, fui com toda a calma e paciência explicar que a mamãe voltaria logo, tudo bem ela chorar mas podia ficar calma, respirar um pouco... perguntei se queria ficar no colo, como eu as vezes a colocava para dormir, e ela veio chorando mesmo e deitou a cabeça no meu ombro enquanto eu sacodia o pacotinho de cabelos cacheados.
Naquele momento de quase silêncio eu conseguia sentir o coração dela batendo perto do meu peito, ouvir a respiração meio fungada depois do choro, perceber a confiança que só uma criança consegue ter de deitar a cabecinha no ombro e esperar consolo... Naquele momento, o silêncio que se fazia ao redor parecia ser o silêncio entre as coisas do mundo, um silêncio que se esconde no funcionamento das leis que regem o universo. E me ocorreu que meus braços não foram feitos para outra coisa se não para abraçar minha sobrinha e lhe dar conforto ali. Esse pensamento veio com uma certeza calma, como a gente sabe que a luz brilha. Meus braços não eram meus e isso era... certo. Palavras como satisfação ou felicidade não descrevem. Mas eu posso dizer que, naquele instante, minha existência parecia justificada, assim como tudo o que existe no mundo.
Eu nunca contei isso antes e, apesar de terem sido ocorrências raras em uma época bem específica da minha vida, não foi o único acontecimento do tipo. Houve pelo menos mais dois, um deles quando minha sobrinha nasceu e eu pude ouvir seu primeiro choro pq o pai fez uma chamada da sala de parto, mas eu não vou falar pq há quem diga que eu sou muito coruja e não é este o ponto u.u. O ponto não é minha sobrinha. Nem eu.
Nauta- Neófito
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Localização : Salvador
Re: Experiências mágicas
Eu não achei melosa a historia não. Penso que a vida é isso mesmo, desespero e catarro que quando olhado direito encerra certa beleza em si.
Tiphereth né?
Hahha parece zueira, mas não é.
Tiphereth né?
Hahha parece zueira, mas não é.
Nienna- Neófito
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Data de inscrição : 03/03/2015
Re: Experiências mágicas
Olá, pessoal!
Venho hoje mais uma vez falar com vocês sobre percepções pessoais partindo de bases e referências muito sólidas: meu grimório, minha imaginação, trabalhos dos quais participei e, é claro, um youtuber. Pelo menos este último é um canal de divulgação científica u.u
Geburah tem sido uma Sephirah com vivências de grande intensidade do lado de cá e, pelos relatos dos meus queridos colegas, o sentimento é compartilhado. Me sinto feliz, surpreso e satisfeito que tenhamos vindo até aqui. Que este seja mais um passo seguro em nossa caminhada.
Esta é uma postagem muito mais pessoal de associação de ideias e imagens, não de compartilhamento de conhecimento. Eu acredito que, se não ajuda a trazer grandes conhecimentos sobre o funcionamento do universo, o compartilhamento de experiências pode ao menos nos ajudar a enxergar coisas de diferentes perspectivas e colocar em julgamento as nossas próprias, ajustando-as, descartando o que não serve e reafirmando o que faz sentido. Então lá vai.
Uma das imagens que vejo frequentemente associada a Geburah é a do fogo. Aqui mesmo no fórum a imagem incluída no texto sobre a Sephirah é a de uma fogueira que levanta uma coluna incandescente. O título do capítulo cinco do Ritual de Levi é O Pentagrama Flamejante. Logo, muitas das minhas reflexões sobre Geburah se centraram nas analogias que eu já havia elaborado sobre as propriedades do fogo, e uma das primeiras coisas que veio em mente foi um vídeo do Manual do Mundo chamado O Fogo é Oco. Neste vídeo o querido Iberê explica, com o auxílio de uma vela, o que é o fogo, quais suas partes, processos e resultados. Indico de mais.
O que mais me surpreendeu no vídeo do Manual, em parte por minha formação escolar ter sido uma coisa caótica, em parte por eu nunca ter me atentado a isso foram duas coisas:
1) Nada sólido ou líquido pega fogo. Seja um tronco de madeira ou uma poça de gasolina, um material combustível precisa se transformar em gás para que a chama aconteça. O que chamamos de fogo é na verdade a incandescência de um gás.
2) O fogo de fato é oco. A incandescência do gás combustível acontece num ponto afastado de sua de origem, no ponto de contato do gás combustível com o comburente, aquele que mantém a chama, no caso o oxigênio.
Aí vcs me perguntam: o que tem a ver? Aí é que entramos no lindo mundo da minha imaginação ingênua sobre os atributos mais óbvios dos elementos. Todos os quatro estão presente no processo que leva ao fogo em uma vela.
A base material é a terra. Nosso mundo concreto e tudo que assume forma em algum nível, mesmo nos mundos sutis. A terra é a estabilidade inerte, capaz de resistir e manter sua integridade ao sofrer estresse. É a coesão. Eu costumo pensar na terra ou no princípio que os manuais ocultistas costumam chamar de feminino, como o cadinho que vai à fornalha e continua inteiro enquanto o metal em seu interior é derretido. É o caldeirão que faz a sopa. A forma onde se assa o pão. Claro que, no fim das contas, a manutenção de tal coesão depende de quanto estresse a forma sofre, de quanta energia incide sobre ela. Na vela esta parte compreende a parafina sólida e o pavio.
A água é o principio transportador. Franz Bardon diz em seu Iniciação ao Hermetismo que o ar é o princípio intermediário e transportador e eu, do alto da minha petulância, só concordo marromenos (tenho problemas com o livro por inteiro, na vdd, varias abobri... deixa pra lá u.u). A água é o elemento que transita em diferentes estados, permeia diferentes espaços quando em seu estado fluído, dilui diferentes elementos e, quando saturada, os condensa (pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar). A água é o elemento sem barreiras, permeável, solúvel e condutor ao qual foi dado forma temporária pela matéria que nela mesma foi condensada, como uma taça, um útero, o corpo... É na meio aquoso do útero que os elementos primeiro se diluem e depois se condensam em um ser humano. É nos fluídos do ventre que proliferam os microrganismos que nos ajudam a digerir a comida e que nos liquefarão quando morrermos. É no sangue que se transportam os nutrientes e oxigênio. É a linfa que limpa nosso corpo. A urina que descarta as impurezas. O muco que lubrifica o que se move. Os hormônios que definem nossos humores, palavra relativa justamente aos fluídos do corpo. A terra nos permite a mobilidade e objetividade, mas é a água que nos permite o contato. Ela é a emoção, a sensação e a percepção, aquilo que se dilui em nós, para dentro de nosso cadinho de carne e que vai ser a base de nossas ações e concretizações. Na vela ela é a parafina sólida, líquida e gasosa.
O ar é o princípio circundante e ao mesmo tempo é aquilo que destaca, que separa um objeto do outro, um divisor. Vejam bem, parece contraditório, mas ao mesmo tempo em que o ar a nossa volta é uniforme e parece uma coisa só, é o espaço vazio, o ar entre as coisas, que dá individualidade às mesmas. A maneira como tendo a imaginar o ar em sua ação é como uma lâmina que corta continuamente um tecido, destacando um pedaço definido do que antes era uma coisa só. Um jeito interessante de pensar nisso é a linguagem, marcada entre nós humanos pela fala que nada mais é do que a vibração no ar que causamos com nosso aparelho fonético. Qual é a diferença de um conjunto de partículas fundamentais para outro até que nós os observemos e lhe demos um nome? Não precisa ir muito longe na metafisica: um conjunto de madeira é um conjunto de madeira qualquer até que nós olhemos para ele e lhe demos o nome "cadeira", a partir de onde aquele amontoado tem existência particular. O ar em vibração fez surgir um novo ente. Do mesmo modo podemos dar nome à cadeira e ela será individual, diferente de qualquer outra. O eu é um signo ao qual nos agarramos, um amontoado de títulos com uma etiqueta registrada em cartório (what is a man?). Assim, com a linguagem, o mundo é recriado em nossas mentes e compartilhado no espaço humano comum, criando a nossa "atmosfera" social que respiramos para manter aceso nosso eu metafísico. A lamina cria novas pequenas coisas por onde passa, mas deixa ao mesmo tempo entre elas o vazio, um abismo. Na vela ela é o encontro (ou o corte) entre o gás combustível e o comburente donde surge aquilo que na verdade é só um fenômeno transitório e imaterial: a chama. Os gases são matéria, a luz é calor visível, energia em transito. O ar que existe no meio e só se evidência pela existência individual de cada um desses elementos.
E onde tudo isto se associa com Geburah ou qualquer coisa que tenha a ver com a árvore da vida? Bem, para falar do fogo, vou descer um degrau e chegar em um lugar que não tem fogo, mas é incandescente: o Sol de Tiphereth. Uma estrela existe no meio do espaço e seu processo de combustão é mantido apenas por seu combustível em intensa pressão interna (que é a fonte de calor): o hidrogênio, o mais simples átomo da nossa tabela periódica com número atômico 1.
Tiphereth me fez pensar muito sobre uma das ideias que a representa: de Malkuth ela é vista como um rei majestoso, de Kether é vista como uma criança.
Sendo kether a primeira emanação, a luz pura que surge do todo incriado, imanifesto e sem limites de Ain Soph, ela se sustenta, tem sua existência mantida, diretamente pelo Incriado. Queima indefinidamente, brilha indefinidamente, se expande com intensa pressão indefinidamente começando em Chokmah e é contido infinitamente começando em Binah. Dela surgem todas as outras emanações ou mundos.
Sendo o Sol uma estrela que incandesce em seu próprio combustível sem comburente, num equilíbrio de extrema pressão voltada para fora pela energia que libera e para dentro pela gravidade, ele é um simulacro de Kether. É nas estrelas que todos os outros elementos, a partir do 1 do hidrogênio, são forjados, ou seja, a matéria que compõe o mundo manifesto.
Quando Kether olha para baixo e vê Tiphereth, ela vê uma criança pequena que a imita. Quando Malkuth olha para cima, para Tipherth, ela enxerga a luz que está acima e além como uma coroa, transformando esta segunda em um Rei Majestoso. Malchut só pode olhar para Kether através das simultâneas opacidade e transparência oferecidas por Tipheret.
E Tipheret, o que vê? Ela é um globo e enxerga a luz do criador quando esta reflete na criação ao seu redor em todas as direções, mas não em si mesma pois... o fogo é oco.¹
O que Tipheret é? Aquela que dá de si, que se deixa queimar e consumir para iluminar o mundo e ao revelar a manifestação, co-cria aquilo que o compõe. À imagem e semelhança do criador, é o Deus Sacrificado. Vemos o mundo por ele e é assim que "vem a nós o vosso reino".²
Pois bem, aqui é que eu queria chegar. Se Tiphert é o cordeiro sacrificial, Geburah é o fogo que o consome e ao consumi-lo ilumina e aquece. E não há nada a queimar que não seja oferta e sacrifício. Então o que temos a ofertar ao fogo de Geburah? Que tipo de base material ervas, madeira, incenso temos a oferecer? Quais são seus fluidos? De que cor e de que consistência? Seus gazes são aromáticos? Tóxicos? Leves? Pesados? E ao queimarem as ofertas, o que sobra? Alimento sadio? Cinzas? O que a luz gerada por esse fogo me permite enxergar ao meu redor?
Estas são as perguntas que tenho me feito e, meus amigos, o que tenho trazido para ofertar não tem sido brincadeira, afinal, apesar dos nossos trabalhos, ainda falta muito chão para eu chegar a Tiphereth. Pelo menos tenho vindo com mais coragem do que tive para olhar lá em Yesod. As mais sinceras coisas minhas têm surgido na luz dessas chamas e tenho confiado neste tempo atribulado na Misericórdia que sei que se encerra nesse processo. O que tiver que ser queimado, seja hoje ou depois, será queimado e o que ficar é o que não pode ser destruído. Espero que um dia, como me prometeu Gibran, minha oferta se transforme no "pão místico do banquete divino".
Terminei minha parte do Dogma, O Pentagrama, vou ver se escrevo a do Ritual depois kkkkkkkkkk.
1:Podemos enxergar apenas aquilo que está à nossa frente, nunca nosso rosto, pois os olhos estão na face. Usamos um espelho para apenas imaginar (e habitar a imagem que criamos) do que é nosso rosto.
2: Isso me lembra sabe o que? The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Depois que o Herói do Tempo, munido de coragem e guiado pela sabedoria, adquire o poder, o que ele faz é restaurar o mundo ao estado criado pelas deusas. Ganon queria o poder para validar o próprio mundo corrompido. Nem vou começar a falar de Skull kid, sua máscara e a infância perdida pq... (criança é outro símbolo de Tipheret).
Também me lembra (de modo não menos sério pois Zelda é sagrado) de Mircea Eliade em seu O Sagrado e o Profano dizendo que os ritos de consagração de espaço ou de cura em diferentes povos são sempre uma tentativa de fazer com que o mundo volte a seu estado primordial de poder, assim como foi criado pelos deuses. E não são Tipheret e Raphael a Cura de Deus?
P.S.: quem brinca com fogo faz xixi na cama.
P.S. 2: Um átomo de hidrogênio tem um próton e um nêutron o núcleo, circundado por um elétron. Eu gosto de imaginar que a representação gráfica disso é justamente o símbolo astrológico do Sol.
Venho hoje mais uma vez falar com vocês sobre percepções pessoais partindo de bases e referências muito sólidas: meu grimório, minha imaginação, trabalhos dos quais participei e, é claro, um youtuber. Pelo menos este último é um canal de divulgação científica u.u
Geburah tem sido uma Sephirah com vivências de grande intensidade do lado de cá e, pelos relatos dos meus queridos colegas, o sentimento é compartilhado. Me sinto feliz, surpreso e satisfeito que tenhamos vindo até aqui. Que este seja mais um passo seguro em nossa caminhada.
Esta é uma postagem muito mais pessoal de associação de ideias e imagens, não de compartilhamento de conhecimento. Eu acredito que, se não ajuda a trazer grandes conhecimentos sobre o funcionamento do universo, o compartilhamento de experiências pode ao menos nos ajudar a enxergar coisas de diferentes perspectivas e colocar em julgamento as nossas próprias, ajustando-as, descartando o que não serve e reafirmando o que faz sentido. Então lá vai.
Uma das imagens que vejo frequentemente associada a Geburah é a do fogo. Aqui mesmo no fórum a imagem incluída no texto sobre a Sephirah é a de uma fogueira que levanta uma coluna incandescente. O título do capítulo cinco do Ritual de Levi é O Pentagrama Flamejante. Logo, muitas das minhas reflexões sobre Geburah se centraram nas analogias que eu já havia elaborado sobre as propriedades do fogo, e uma das primeiras coisas que veio em mente foi um vídeo do Manual do Mundo chamado O Fogo é Oco. Neste vídeo o querido Iberê explica, com o auxílio de uma vela, o que é o fogo, quais suas partes, processos e resultados. Indico de mais.
O que mais me surpreendeu no vídeo do Manual, em parte por minha formação escolar ter sido uma coisa caótica, em parte por eu nunca ter me atentado a isso foram duas coisas:
1) Nada sólido ou líquido pega fogo. Seja um tronco de madeira ou uma poça de gasolina, um material combustível precisa se transformar em gás para que a chama aconteça. O que chamamos de fogo é na verdade a incandescência de um gás.
2) O fogo de fato é oco. A incandescência do gás combustível acontece num ponto afastado de sua de origem, no ponto de contato do gás combustível com o comburente, aquele que mantém a chama, no caso o oxigênio.
Aí vcs me perguntam: o que tem a ver? Aí é que entramos no lindo mundo da minha imaginação ingênua sobre os atributos mais óbvios dos elementos. Todos os quatro estão presente no processo que leva ao fogo em uma vela.
A base material é a terra. Nosso mundo concreto e tudo que assume forma em algum nível, mesmo nos mundos sutis. A terra é a estabilidade inerte, capaz de resistir e manter sua integridade ao sofrer estresse. É a coesão. Eu costumo pensar na terra ou no princípio que os manuais ocultistas costumam chamar de feminino, como o cadinho que vai à fornalha e continua inteiro enquanto o metal em seu interior é derretido. É o caldeirão que faz a sopa. A forma onde se assa o pão. Claro que, no fim das contas, a manutenção de tal coesão depende de quanto estresse a forma sofre, de quanta energia incide sobre ela. Na vela esta parte compreende a parafina sólida e o pavio.
A água é o principio transportador. Franz Bardon diz em seu Iniciação ao Hermetismo que o ar é o princípio intermediário e transportador e eu, do alto da minha petulância, só concordo marromenos (tenho problemas com o livro por inteiro, na vdd, varias abobri... deixa pra lá u.u). A água é o elemento que transita em diferentes estados, permeia diferentes espaços quando em seu estado fluído, dilui diferentes elementos e, quando saturada, os condensa (pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar). A água é o elemento sem barreiras, permeável, solúvel e condutor ao qual foi dado forma temporária pela matéria que nela mesma foi condensada, como uma taça, um útero, o corpo... É na meio aquoso do útero que os elementos primeiro se diluem e depois se condensam em um ser humano. É nos fluídos do ventre que proliferam os microrganismos que nos ajudam a digerir a comida e que nos liquefarão quando morrermos. É no sangue que se transportam os nutrientes e oxigênio. É a linfa que limpa nosso corpo. A urina que descarta as impurezas. O muco que lubrifica o que se move. Os hormônios que definem nossos humores, palavra relativa justamente aos fluídos do corpo. A terra nos permite a mobilidade e objetividade, mas é a água que nos permite o contato. Ela é a emoção, a sensação e a percepção, aquilo que se dilui em nós, para dentro de nosso cadinho de carne e que vai ser a base de nossas ações e concretizações. Na vela ela é a parafina sólida, líquida e gasosa.
O ar é o princípio circundante e ao mesmo tempo é aquilo que destaca, que separa um objeto do outro, um divisor. Vejam bem, parece contraditório, mas ao mesmo tempo em que o ar a nossa volta é uniforme e parece uma coisa só, é o espaço vazio, o ar entre as coisas, que dá individualidade às mesmas. A maneira como tendo a imaginar o ar em sua ação é como uma lâmina que corta continuamente um tecido, destacando um pedaço definido do que antes era uma coisa só. Um jeito interessante de pensar nisso é a linguagem, marcada entre nós humanos pela fala que nada mais é do que a vibração no ar que causamos com nosso aparelho fonético. Qual é a diferença de um conjunto de partículas fundamentais para outro até que nós os observemos e lhe demos um nome? Não precisa ir muito longe na metafisica: um conjunto de madeira é um conjunto de madeira qualquer até que nós olhemos para ele e lhe demos o nome "cadeira", a partir de onde aquele amontoado tem existência particular. O ar em vibração fez surgir um novo ente. Do mesmo modo podemos dar nome à cadeira e ela será individual, diferente de qualquer outra. O eu é um signo ao qual nos agarramos, um amontoado de títulos com uma etiqueta registrada em cartório (what is a man?). Assim, com a linguagem, o mundo é recriado em nossas mentes e compartilhado no espaço humano comum, criando a nossa "atmosfera" social que respiramos para manter aceso nosso eu metafísico. A lamina cria novas pequenas coisas por onde passa, mas deixa ao mesmo tempo entre elas o vazio, um abismo. Na vela ela é o encontro (ou o corte) entre o gás combustível e o comburente donde surge aquilo que na verdade é só um fenômeno transitório e imaterial: a chama. Os gases são matéria, a luz é calor visível, energia em transito. O ar que existe no meio e só se evidência pela existência individual de cada um desses elementos.
E onde tudo isto se associa com Geburah ou qualquer coisa que tenha a ver com a árvore da vida? Bem, para falar do fogo, vou descer um degrau e chegar em um lugar que não tem fogo, mas é incandescente: o Sol de Tiphereth. Uma estrela existe no meio do espaço e seu processo de combustão é mantido apenas por seu combustível em intensa pressão interna (que é a fonte de calor): o hidrogênio, o mais simples átomo da nossa tabela periódica com número atômico 1.
Tiphereth me fez pensar muito sobre uma das ideias que a representa: de Malkuth ela é vista como um rei majestoso, de Kether é vista como uma criança.
Sendo kether a primeira emanação, a luz pura que surge do todo incriado, imanifesto e sem limites de Ain Soph, ela se sustenta, tem sua existência mantida, diretamente pelo Incriado. Queima indefinidamente, brilha indefinidamente, se expande com intensa pressão indefinidamente começando em Chokmah e é contido infinitamente começando em Binah. Dela surgem todas as outras emanações ou mundos.
Sendo o Sol uma estrela que incandesce em seu próprio combustível sem comburente, num equilíbrio de extrema pressão voltada para fora pela energia que libera e para dentro pela gravidade, ele é um simulacro de Kether. É nas estrelas que todos os outros elementos, a partir do 1 do hidrogênio, são forjados, ou seja, a matéria que compõe o mundo manifesto.
Quando Kether olha para baixo e vê Tiphereth, ela vê uma criança pequena que a imita. Quando Malkuth olha para cima, para Tipherth, ela enxerga a luz que está acima e além como uma coroa, transformando esta segunda em um Rei Majestoso. Malchut só pode olhar para Kether através das simultâneas opacidade e transparência oferecidas por Tipheret.
E Tipheret, o que vê? Ela é um globo e enxerga a luz do criador quando esta reflete na criação ao seu redor em todas as direções, mas não em si mesma pois... o fogo é oco.¹
O que Tipheret é? Aquela que dá de si, que se deixa queimar e consumir para iluminar o mundo e ao revelar a manifestação, co-cria aquilo que o compõe. À imagem e semelhança do criador, é o Deus Sacrificado. Vemos o mundo por ele e é assim que "vem a nós o vosso reino".²
Pois bem, aqui é que eu queria chegar. Se Tiphert é o cordeiro sacrificial, Geburah é o fogo que o consome e ao consumi-lo ilumina e aquece. E não há nada a queimar que não seja oferta e sacrifício. Então o que temos a ofertar ao fogo de Geburah? Que tipo de base material ervas, madeira, incenso temos a oferecer? Quais são seus fluidos? De que cor e de que consistência? Seus gazes são aromáticos? Tóxicos? Leves? Pesados? E ao queimarem as ofertas, o que sobra? Alimento sadio? Cinzas? O que a luz gerada por esse fogo me permite enxergar ao meu redor?
Estas são as perguntas que tenho me feito e, meus amigos, o que tenho trazido para ofertar não tem sido brincadeira, afinal, apesar dos nossos trabalhos, ainda falta muito chão para eu chegar a Tiphereth. Pelo menos tenho vindo com mais coragem do que tive para olhar lá em Yesod. As mais sinceras coisas minhas têm surgido na luz dessas chamas e tenho confiado neste tempo atribulado na Misericórdia que sei que se encerra nesse processo. O que tiver que ser queimado, seja hoje ou depois, será queimado e o que ficar é o que não pode ser destruído. Espero que um dia, como me prometeu Gibran, minha oferta se transforme no "pão místico do banquete divino".
Terminei minha parte do Dogma, O Pentagrama, vou ver se escrevo a do Ritual depois kkkkkkkkkk.
1:Podemos enxergar apenas aquilo que está à nossa frente, nunca nosso rosto, pois os olhos estão na face. Usamos um espelho para apenas imaginar (e habitar a imagem que criamos) do que é nosso rosto.
2: Isso me lembra sabe o que? The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Depois que o Herói do Tempo, munido de coragem e guiado pela sabedoria, adquire o poder, o que ele faz é restaurar o mundo ao estado criado pelas deusas. Ganon queria o poder para validar o próprio mundo corrompido. Nem vou começar a falar de Skull kid, sua máscara e a infância perdida pq... (criança é outro símbolo de Tipheret).
Também me lembra (de modo não menos sério pois Zelda é sagrado) de Mircea Eliade em seu O Sagrado e o Profano dizendo que os ritos de consagração de espaço ou de cura em diferentes povos são sempre uma tentativa de fazer com que o mundo volte a seu estado primordial de poder, assim como foi criado pelos deuses. E não são Tipheret e Raphael a Cura de Deus?
P.S.: quem brinca com fogo faz xixi na cama.
P.S. 2: Um átomo de hidrogênio tem um próton e um nêutron o núcleo, circundado por um elétron. Eu gosto de imaginar que a representação gráfica disso é justamente o símbolo astrológico do Sol.
Última edição por Aarin Federleicht em Sáb Dez 11, 2021 3:52 pm, editado 2 vez(es)
Nauta- Neófito
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Nienna gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Diante desse relato os meus parecem tweets.
Nienna- Neófito
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Re: Experiências mágicas
Muito que bem, como diz um andarilho amigo meu.
O rito de Tiphereth não foi tão intenso como Netzach, mas senti bastante a qliphah Tagimron no período que antecedeu ao ritual.
Passei um bom tempo sem conseguir sentir satisfação alguma para nada que eu fizesse, um dia estava pior que o outro.
Aí de repente eu estava tomando banho e tentando entender o motivo de estar me sentido daquele jeito e tive um insight. Eu estava com meus olhos ofuscados, não conseguia ver beleza no mundo, estava escorregando para a qliphah de Tiphereth.
Quando descobri o que estava acontecendo comecei a trabalhar pra sair disso. Demorou um pouquinho, mas funcionou.
Agora que estamos caminhando para Geburah, tenho sentido bastante a severidade, mas ainda estou assimilando. Após o rito conto minhas conclusões!
O rito de Tiphereth não foi tão intenso como Netzach, mas senti bastante a qliphah Tagimron no período que antecedeu ao ritual.
Passei um bom tempo sem conseguir sentir satisfação alguma para nada que eu fizesse, um dia estava pior que o outro.
Aí de repente eu estava tomando banho e tentando entender o motivo de estar me sentido daquele jeito e tive um insight. Eu estava com meus olhos ofuscados, não conseguia ver beleza no mundo, estava escorregando para a qliphah de Tiphereth.
Quando descobri o que estava acontecendo comecei a trabalhar pra sair disso. Demorou um pouquinho, mas funcionou.
Agora que estamos caminhando para Geburah, tenho sentido bastante a severidade, mas ainda estou assimilando. Após o rito conto minhas conclusões!
Neo- Adepto
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Data de inscrição : 05/03/2015
Localização : Salvador - BA
Nauta gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Bom, deixa eu ver se consigo sintetizar.
Tiphereth foi beleza mesmo. Resplandescente.
Agora Geburah, crendiospai.
Tenho percebido que pra mim as sephiroth no pilar da severidade tem sido as mais difíceis e muito relacionadas a razão, a percepções sobre a forma de pensar e construir significado sobre o mundo.
Nesse ponto da árvore eu tenho me questionado muito sobre a minhas relação com as pessoas e as coisas, alem de estar sentindo um baita cansaço pra lidar com gente.
Tbm tenho me sentido confusa e precisando de tempo e distanciamento. Tem sido um momento de fechamento de ciclo e talvez a abertura de um novo que somente agora eu começo a vislumbrar.
No mais em alguns momentos desse rito que estamos fazendo, senti a presença de cada um de maneira mais intensa. As vezes foi Malk quem ficou mais presente, às vezes foi Aarin....
Agora, no entanto, não sinto presença, mas a ausência de alguns e isso é bem curioso.
Enfim, uma outra coisa interessante é que tenho percebido que o universo (also known as vida, destino, karma etc) resolveu jogar de volta no meu colo todas as pontas soltas que deixei ao longo do ano.
Não vou dizer que não fiquei virada no mói de coentro de ódio com o excesso de trabalho, mas ok.
Obs. Kaliza, vai desculpando aí os regionalismos, mas é que quando o cansaço bate eu acho mais fácil falar como soteropolitana mesmo. Hahhs
Traduzindo.... Virada no mói de coentro acho que dá pra ser entendido como acelerada.
Tiphereth foi beleza mesmo. Resplandescente.
Agora Geburah, crendiospai.
Tenho percebido que pra mim as sephiroth no pilar da severidade tem sido as mais difíceis e muito relacionadas a razão, a percepções sobre a forma de pensar e construir significado sobre o mundo.
Nesse ponto da árvore eu tenho me questionado muito sobre a minhas relação com as pessoas e as coisas, alem de estar sentindo um baita cansaço pra lidar com gente.
Tbm tenho me sentido confusa e precisando de tempo e distanciamento. Tem sido um momento de fechamento de ciclo e talvez a abertura de um novo que somente agora eu começo a vislumbrar.
No mais em alguns momentos desse rito que estamos fazendo, senti a presença de cada um de maneira mais intensa. As vezes foi Malk quem ficou mais presente, às vezes foi Aarin....
Agora, no entanto, não sinto presença, mas a ausência de alguns e isso é bem curioso.
Enfim, uma outra coisa interessante é que tenho percebido que o universo (also known as vida, destino, karma etc) resolveu jogar de volta no meu colo todas as pontas soltas que deixei ao longo do ano.
Não vou dizer que não fiquei virada no mói de coentro de ódio com o excesso de trabalho, mas ok.
Obs. Kaliza, vai desculpando aí os regionalismos, mas é que quando o cansaço bate eu acho mais fácil falar como soteropolitana mesmo. Hahhs
Traduzindo.... Virada no mói de coentro acho que dá pra ser entendido como acelerada.
Nienna- Neófito
- Mensagens : 94
Data de inscrição : 03/03/2015
Nauta gosta desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Ok, vamos falar sobre este rito...
Primeiro: Que preparação... sabe aquelas quando a vida lhe exige o seu potencial ao quadrado? quando vc precisa, assobiar, chupar cana e ainda cantar a musica do fantástico? Então foi isso...
Trabalho, família e desafios internos... tudo junto e misturado para dar uma facilitada.
Segundo: Os aprendizados foram intensos, controlar a si mesmo como imperativo para mudar os padrão foi a principal aprendizagem desse período, mas com muitas conquistas... muitas mesmo.
Terceiro: O rito... muita agitação no dia para concluir, alguns detalhes pendentes, a casa cheia para realizar as atividades e um calor infernal... Sério eu nunca senti tanto calor em uma atividade como esses rito, a agitação mental comparada combinada com a agitação física gerou muita dificuldade de concentração.
Mas quando o rito começou a coisa fluiu, com muito mais de sensação do do que de conhecimento em si.
Guevurah é a minha sephirah favorita, talvez pela sua proposta mas acima de tudo pelo resultado... derreter o impermanente....
Por fim, terminei um pouco cansado pelo desgaste energético, mas com a sensação de dever cumprido.
Abraços e ficamos por aqui.
Primeiro: Que preparação... sabe aquelas quando a vida lhe exige o seu potencial ao quadrado? quando vc precisa, assobiar, chupar cana e ainda cantar a musica do fantástico? Então foi isso...
Trabalho, família e desafios internos... tudo junto e misturado para dar uma facilitada.
Segundo: Os aprendizados foram intensos, controlar a si mesmo como imperativo para mudar os padrão foi a principal aprendizagem desse período, mas com muitas conquistas... muitas mesmo.
Terceiro: O rito... muita agitação no dia para concluir, alguns detalhes pendentes, a casa cheia para realizar as atividades e um calor infernal... Sério eu nunca senti tanto calor em uma atividade como esses rito, a agitação mental comparada combinada com a agitação física gerou muita dificuldade de concentração.
Mas quando o rito começou a coisa fluiu, com muito mais de sensação do do que de conhecimento em si.
Guevurah é a minha sephirah favorita, talvez pela sua proposta mas acima de tudo pelo resultado... derreter o impermanente....
Por fim, terminei um pouco cansado pelo desgaste energético, mas com a sensação de dever cumprido.
Abraços e ficamos por aqui.
Nauta e Nienna gostam desta mensagem
Re: Experiências mágicas
Esperei um tempo pra poder postar pq o período de Geburah foi de intensidades, não achei um bom momento para elaborar grandes reflexões. Quando fiz a ultima postagem acho que ainda tinha muito de Tipheret em mim.
Bom, como experiência geral de Geburah, acho que a melhor forma de falar sobre é dizer que ela exigiu muito de mim. Não foi ruim, não sei dizer se foi agradável, foi um período de muita vigilância pessoal. Foi um tempo daqueles de respiração suspensa e olhos esbugalhados. As disciplinas das praticas anteriores me permitiram ver a emergência de características bastante agressivas(?) em mim, coisas que me fazem ir atrás do que eu quero, sim, mas em facetas mais completas que aquelas socialmente aceitáveis e acessíveis à consciência comumente. Sem o que veio antes em nossa roda, esse período poderia ter sido bastante destrutivo.
De todo modo tbm foi um período de bastante trabalho e algumas conquistas bem significativas psicologicamente pra mim, com reflexos interessantes no mundo concreto. Foi um momento de ir pra a luta e fiquei surpreso me perguntando de onde tirei gás pra faz certas coisas.
Quanto ao rito... Intenso. Cheio de visões desde o banimento inicial até a finalização. Eu nunca tive uma experiência desse tipo sem a ajuda da ayahuasca, as coisas sempre foram muito mais imagens aleatórias fluindo pela minha mente, mas dessa vez foi imersivo, bastante palpável e significativo, algo que reverberou em mim por dias.
Efim, espero que Geburah tenha sido ok pra todo mundo.
Feliz ano novo!
Bom, como experiência geral de Geburah, acho que a melhor forma de falar sobre é dizer que ela exigiu muito de mim. Não foi ruim, não sei dizer se foi agradável, foi um período de muita vigilância pessoal. Foi um tempo daqueles de respiração suspensa e olhos esbugalhados. As disciplinas das praticas anteriores me permitiram ver a emergência de características bastante agressivas(?) em mim, coisas que me fazem ir atrás do que eu quero, sim, mas em facetas mais completas que aquelas socialmente aceitáveis e acessíveis à consciência comumente. Sem o que veio antes em nossa roda, esse período poderia ter sido bastante destrutivo.
De todo modo tbm foi um período de bastante trabalho e algumas conquistas bem significativas psicologicamente pra mim, com reflexos interessantes no mundo concreto. Foi um momento de ir pra a luta e fiquei surpreso me perguntando de onde tirei gás pra faz certas coisas.
Quanto ao rito... Intenso. Cheio de visões desde o banimento inicial até a finalização. Eu nunca tive uma experiência desse tipo sem a ajuda da ayahuasca, as coisas sempre foram muito mais imagens aleatórias fluindo pela minha mente, mas dessa vez foi imersivo, bastante palpável e significativo, algo que reverberou em mim por dias.
Efim, espero que Geburah tenha sido ok pra todo mundo.
Feliz ano novo!
Nauta- Neófito
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Re: Experiências mágicas
Geburah foi difícil.
Assim como Aarin eu senti bastante uma maior vigilância pessoal, mas que veio junto com sentimentos de culpa e duras auto avaliações.
No momento do rito tive um número bastante grande de visões, duas delas com seres alados e de aparência severa. Um deles era invisível, mas sendo possível visualizar um contorno linear que revelava sua forma. O outro era extremamente magro e não possuía cabeça. Apesar das suas aparências, e da severidade que expressavam, não pareciam agressivos ou malignos, apenas imponentes.
Assim como Aarin eu senti bastante uma maior vigilância pessoal, mas que veio junto com sentimentos de culpa e duras auto avaliações.
No momento do rito tive um número bastante grande de visões, duas delas com seres alados e de aparência severa. Um deles era invisível, mas sendo possível visualizar um contorno linear que revelava sua forma. O outro era extremamente magro e não possuía cabeça. Apesar das suas aparências, e da severidade que expressavam, não pareciam agressivos ou malignos, apenas imponentes.
Neo- Adepto
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Re: Experiências mágicas
Olá, pessoas.
Bom, se muitas voltas... minha experiência com Chesed foi, em muitos aspectos, oposta à que tive em Geburah. Se esta, para mim, foi uma pira, aquela foi um cálice com água parada. Talvez congelada...
No começo desta roda, tive dificuldades com Yesod e não consegui manter minhas práticas ou foco, o que resultou em uma experiência pobre. Minha evitação da vivência da Sephira resultou, inevitavelmente, num rito vazio. Em Chesed, com um pouco mais de maturidade (não tem nem um ano gente, kkkkk), fui capaz de ao menos manter minha posição. No entanto, não foi mais fácil e acredito que a questão foi justamente uma certa dificuldade em olhar para mim mesmo, especialmente sob uma luz favorável.
Bom, é difícil de explicar, também não acho que seja necessário, mas ao mesmo tempo em que me manter firme em uma exploração de Chesed resgatou para mim uma das visões mais bonitas que já tive, também me mostrou o quão pouco equipado eu me sinto para ela. Além disso o período desta Sephirah foi cercado de luto e sentimento de perda, algo que só experimentei nesses termos uma vez. Foi uma batalha.
Quanto ao rito, só consegui iniciar a preparação do ambiente no dia dele e dediquei todo o tempo a isso. Tudo sucedeu de forma relativamente tranquila, os conhecimentos práticos que adquiri nesta roda me permitiram isso. Acredito que consegui capturar o sentimento geral da esfera, o que sem duvidas me dá uma percepção toda nova ao performar a Cruz Cabalística, por exemplo. Poucas visões... uma no começo em que me vi em um ambiente fechado, com teto abobadado com uma luz que entrava por vitrais, sentado no chão com outras pessoas vestidas de branco com um ekete ou kufi, um tipo de gorro branco. Fora isso só a sensação intensa do rito mesmo, uma intensificação das cores e luzes com figuras geométricas que se vê com a ayahuasca, por exemplo. Em algum momento senti uma certa pressão e minhas mãos tremerem, mas precisei apenas focar no circulo mágico para que parasse e aquela sensação de uma experiência bem "encapsulada" (?) voltasse. No final, assim como nos ritos anteriores, "ouvi" alguém falar comigo me dizendo para ter cuidado e estar atento enquanto uma imagem do meu circulo se desfazia, mas não consegui reter as palavras e não tenho a mesma confiança nessa "visão", foi menos concentrada e clara que as anteriores e podem ser só fruto de outras preocupações interferindo com o rito.
Foi um grande alívio terminar.
A questão das visões, não sei o quanto conseguirei manter, mas parece ter sido um aprendizado desta roda. É possível provocá-las com algum controle focando em algumas percepções especificas junto com um exercício de respiração. É como se de repente um sentido se abrisse, uma coisa muito curiosa. Mas depende muito do quanto eu consigo colocar minha atenção no lugar certo e dos conteúdos que eu tenha trazido pro meu campo mental nos períodos precedentes à prática.
Quanto às outras experiências estranhas com meu altar que relatei a vocês, elas se repetiram nos dias seguintes a meus relatos, mas sinceramente não tive a presença de espirito necessária para investigar. Foram parando com o tempo até o rito...
Bom, se muitas voltas... minha experiência com Chesed foi, em muitos aspectos, oposta à que tive em Geburah. Se esta, para mim, foi uma pira, aquela foi um cálice com água parada. Talvez congelada...
No começo desta roda, tive dificuldades com Yesod e não consegui manter minhas práticas ou foco, o que resultou em uma experiência pobre. Minha evitação da vivência da Sephira resultou, inevitavelmente, num rito vazio. Em Chesed, com um pouco mais de maturidade (não tem nem um ano gente, kkkkk), fui capaz de ao menos manter minha posição. No entanto, não foi mais fácil e acredito que a questão foi justamente uma certa dificuldade em olhar para mim mesmo, especialmente sob uma luz favorável.
Bom, é difícil de explicar, também não acho que seja necessário, mas ao mesmo tempo em que me manter firme em uma exploração de Chesed resgatou para mim uma das visões mais bonitas que já tive, também me mostrou o quão pouco equipado eu me sinto para ela. Além disso o período desta Sephirah foi cercado de luto e sentimento de perda, algo que só experimentei nesses termos uma vez. Foi uma batalha.
Quanto ao rito, só consegui iniciar a preparação do ambiente no dia dele e dediquei todo o tempo a isso. Tudo sucedeu de forma relativamente tranquila, os conhecimentos práticos que adquiri nesta roda me permitiram isso. Acredito que consegui capturar o sentimento geral da esfera, o que sem duvidas me dá uma percepção toda nova ao performar a Cruz Cabalística, por exemplo. Poucas visões... uma no começo em que me vi em um ambiente fechado, com teto abobadado com uma luz que entrava por vitrais, sentado no chão com outras pessoas vestidas de branco com um ekete ou kufi, um tipo de gorro branco. Fora isso só a sensação intensa do rito mesmo, uma intensificação das cores e luzes com figuras geométricas que se vê com a ayahuasca, por exemplo. Em algum momento senti uma certa pressão e minhas mãos tremerem, mas precisei apenas focar no circulo mágico para que parasse e aquela sensação de uma experiência bem "encapsulada" (?) voltasse. No final, assim como nos ritos anteriores, "ouvi" alguém falar comigo me dizendo para ter cuidado e estar atento enquanto uma imagem do meu circulo se desfazia, mas não consegui reter as palavras e não tenho a mesma confiança nessa "visão", foi menos concentrada e clara que as anteriores e podem ser só fruto de outras preocupações interferindo com o rito.
Foi um grande alívio terminar.
A questão das visões, não sei o quanto conseguirei manter, mas parece ter sido um aprendizado desta roda. É possível provocá-las com algum controle focando em algumas percepções especificas junto com um exercício de respiração. É como se de repente um sentido se abrisse, uma coisa muito curiosa. Mas depende muito do quanto eu consigo colocar minha atenção no lugar certo e dos conteúdos que eu tenha trazido pro meu campo mental nos períodos precedentes à prática.
Quanto às outras experiências estranhas com meu altar que relatei a vocês, elas se repetiram nos dias seguintes a meus relatos, mas sinceramente não tive a presença de espirito necessária para investigar. Foram parando com o tempo até o rito...
Nauta- Neófito
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Data de inscrição : 21/02/2015
Idade : 32
Localização : Salvador
Re: Experiências mágicas
Olar, bebês. Saudades ler os compartilhamentos de vc, faz muita falta na experiência do coleguinha saber como foi o negocio pros outros. Sou inseguro, preciso me comparar.
Mas venho aqui fazer minha parte e hoje tenho dois relatos. O primeiro sobre um rito que também gostaria de ler ou ouvir de vocês: a conjuração do servidor. Esse é o nosso projeto do ano, e espero que todos o estejam levando adiante.
Bom, fiz a conjuração apenas uma vez, em um momento anterior ao nosso rito de Daath. Tive resultados interessantes, melhores que em outras experiências com o espelho: por um bom tempo o ambiente refletido parecia ser outro lugar, não um reflexo, e essa era uma percepção bem nítida. Depois vi pontos brancos piscarem pela superfície dele. Por fim, em algum momento tive a impressão de ver, por alguns segundos, uma silhueta... era como ver poeira se agitando e acumulando em um canto por alguns segundos, mas era uma silhueta semelhante ao que imaginamos para o servo, primeiro a parte superior, depois a metade esquerda que apareceu eu outro lugar do espelho. Foi rápido, mas não foi um vulto, durou segundos.
Se alguém recebeu ou receber uma mensagem aí, avisa.
O segundo relato é referente a Daath e ao respectivo rito.
O período de Daath foi bastante tranquilo, muito mais do que eu esperava depois dos traumas de Chesed. Apesar de todas as mudanças praticas, as mudanças internas se fizeram sentir e me encontrei muito confiante em lidar com as novas responsabilidades que chegaram. Foi um período de bastante sensibilidade, época de chorar assistindo animação da Pixar, mas tudo no campo saudável da coisa.
Algumas coisas me confundiam sobre Daath: a ideia de ser um abismo; a ideia de ser o conhecimento de D-us; as poucas e vagas menções sobre ela na literatura que estava usando como referência. A noção de abismo, em especial era perturbadora: qualquer passo em falso é queda, e num buraco sem fundo se orientar deve ser difícil. Não sei se superei as dificuldades de Daath, posso apenas ter confiança. Toda a arvore que havíamos explorado fazia muito sentido para mim, mas o porvir e o que fazer para ir em sua direção eram um mistério.
Sem entrar em muitos detalhes, uma percepção surpreendente desse período foi a sensação de uma presença relacionada à divindade, algo que nunca consegui presentificar, e a consequente criação de uma ideia de relação pessoal com ela. Não sei explicar...
Outra percepção, que veio como insight baseada em outras vivências, foi a de o quanto entregar-se pode ser libertador. Essa é uma percepção que passa por questões muito pessoais, mas posso dizer que em um momento duas coisas fizeram muito sentido para mim: a noção de temor a D-us e o mesmo tempo o primeiro dos dez mandamentos, tanto a versão católica quanto judaica (Eu sou teu Deus; Amar a Deus sobre todas as coisas). De algum modo essas duas coisas se conciliaram em mim. Isso me fez pensar em Mateus 11:28-30:
E de fato, fez todo sentido naquele momento a leveza de levar uma vida voltada para a espiritualidade, algo que nunca foi uma realidade pra mim. Muita coisa entrou em perspectiva naquele momento. E essa foi a tônica da construção da meditação, como pode ser percebido pelas letras das musicas e texto escolhidos que, imagino, estão em consonância com a ideia do que é de fato a Torah como apresentada tanto no texto que o Neo compartilhou quando da criação do servidor, quanto do que coloquei no grupo essa semana.
O que é a Torah se não a palavra de D-us, seu nome, sua ferramenta de criação, o conhecimento sobre a criação, seu corpo vivo...? E qual a obrigação do fiel se não viver a Torah e ser parte dela, afinal ela não é apenas a parte escrita?
Enfim, quanto ao rito... bastante emocionante, apesar de bastante simples. Me senti acompanhado em alguns momentos. Durante a meditação me senti impelido a me mover e me senti incrivelmente limpo. De olhos fechados era como se o ambiente estivesse muito iluminado. Em um momento vi uma figura alada em minha frente e em suas asas havia gemas rodeadas por ouro. Tudo era luminoso. Mesmo de olhos abertos, o ambiente parecia bastante iluminado.
Enfim, foi isso
Mas venho aqui fazer minha parte e hoje tenho dois relatos. O primeiro sobre um rito que também gostaria de ler ou ouvir de vocês: a conjuração do servidor. Esse é o nosso projeto do ano, e espero que todos o estejam levando adiante.
Bom, fiz a conjuração apenas uma vez, em um momento anterior ao nosso rito de Daath. Tive resultados interessantes, melhores que em outras experiências com o espelho: por um bom tempo o ambiente refletido parecia ser outro lugar, não um reflexo, e essa era uma percepção bem nítida. Depois vi pontos brancos piscarem pela superfície dele. Por fim, em algum momento tive a impressão de ver, por alguns segundos, uma silhueta... era como ver poeira se agitando e acumulando em um canto por alguns segundos, mas era uma silhueta semelhante ao que imaginamos para o servo, primeiro a parte superior, depois a metade esquerda que apareceu eu outro lugar do espelho. Foi rápido, mas não foi um vulto, durou segundos.
Se alguém recebeu ou receber uma mensagem aí, avisa.
O segundo relato é referente a Daath e ao respectivo rito.
O período de Daath foi bastante tranquilo, muito mais do que eu esperava depois dos traumas de Chesed. Apesar de todas as mudanças praticas, as mudanças internas se fizeram sentir e me encontrei muito confiante em lidar com as novas responsabilidades que chegaram. Foi um período de bastante sensibilidade, época de chorar assistindo animação da Pixar, mas tudo no campo saudável da coisa.
Algumas coisas me confundiam sobre Daath: a ideia de ser um abismo; a ideia de ser o conhecimento de D-us; as poucas e vagas menções sobre ela na literatura que estava usando como referência. A noção de abismo, em especial era perturbadora: qualquer passo em falso é queda, e num buraco sem fundo se orientar deve ser difícil. Não sei se superei as dificuldades de Daath, posso apenas ter confiança. Toda a arvore que havíamos explorado fazia muito sentido para mim, mas o porvir e o que fazer para ir em sua direção eram um mistério.
Sem entrar em muitos detalhes, uma percepção surpreendente desse período foi a sensação de uma presença relacionada à divindade, algo que nunca consegui presentificar, e a consequente criação de uma ideia de relação pessoal com ela. Não sei explicar...
Outra percepção, que veio como insight baseada em outras vivências, foi a de o quanto entregar-se pode ser libertador. Essa é uma percepção que passa por questões muito pessoais, mas posso dizer que em um momento duas coisas fizeram muito sentido para mim: a noção de temor a D-us e o mesmo tempo o primeiro dos dez mandamentos, tanto a versão católica quanto judaica (Eu sou teu Deus; Amar a Deus sobre todas as coisas). De algum modo essas duas coisas se conciliaram em mim. Isso me fez pensar em Mateus 11:28-30:
Mateus 11:28-30 escreveu:"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".
E de fato, fez todo sentido naquele momento a leveza de levar uma vida voltada para a espiritualidade, algo que nunca foi uma realidade pra mim. Muita coisa entrou em perspectiva naquele momento. E essa foi a tônica da construção da meditação, como pode ser percebido pelas letras das musicas e texto escolhidos que, imagino, estão em consonância com a ideia do que é de fato a Torah como apresentada tanto no texto que o Neo compartilhou quando da criação do servidor, quanto do que coloquei no grupo essa semana.
Deuteronômio. 30:14) escreveu:Está em teu alcance próximo seguir a Torah em fala, sentimento e ato
O que é a Torah se não a palavra de D-us, seu nome, sua ferramenta de criação, o conhecimento sobre a criação, seu corpo vivo...? E qual a obrigação do fiel se não viver a Torah e ser parte dela, afinal ela não é apenas a parte escrita?
Enfim, quanto ao rito... bastante emocionante, apesar de bastante simples. Me senti acompanhado em alguns momentos. Durante a meditação me senti impelido a me mover e me senti incrivelmente limpo. De olhos fechados era como se o ambiente estivesse muito iluminado. Em um momento vi uma figura alada em minha frente e em suas asas havia gemas rodeadas por ouro. Tudo era luminoso. Mesmo de olhos abertos, o ambiente parecia bastante iluminado.
Enfim, foi isso
Nauta- Neófito
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