Conselhos Para Os Iniciantes
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Conselhos Para Os Iniciantes
Gosto de ditados populares, o repositório da sabedoria de um povo e, com frequência, encontro neles soluções para meus impasses. Logo, abro o tópico com um belo ditado:
Os Antigos escreveu:Se conselho fosse bom a gente vendia, não dava...
Por isso que estou estudando psicologia, sigo a sabedoria dos antigos.
De todo modo, não é como se não houvesse uma troca quando aconselhamos: quando oferecemos a alguém um pouco da nossa experiência, podemos reavaliar conceitos e valores ao ouvir o que estamos dizendo e colocar à prova nossa coerência, afinal o melhor ensinamento é o exemplo. Não nos enganemos, a pratica do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" não afeta apenas a fé do outro em nós e em nossas palavras, mas nossa fé em nós mesmos e a capacidade em sermos senhores de nossas escolhas. E que confiança podemos ter no próximo quando precisarmos dele (e vamos precisar) se ele nos tomar como exemplo em nossa "flexibilidade moral"?
Enfim, meus irmãos, abro este tópico para que possamos fazer o bom exercício de dar as boas vindas àqueles que chegam e pela possibilidade de tirarmos do caminho as pedras pelas quais passamos, para que eles não tropecem e para que nós não tropecemos ao repetir um trecho. Pura saúde é o exercício de falar e se escutar.
Regras do tópico:
- Dêem conselhos concernentes ao estudo e pratica da magia, convivência e conduta no meio.
This is Magick Culture - Tentem ser claros e tão práticos quanto possível. Cuidado com a metafísica, conheço um filosofo que diz que ela é perigosa. Nós não queremos impor nossa vivência a ninguém.
- Não tentem derrubar o conselho do coleguinha, apenas deem os seus. Se discordarem em algo e quiserem dar um conselho que diverge do anterior, dê um conselho novo sem citar o coleguinha nem antagonizar de qualquer modo.
- Se quiserem debater ou aprofundar algum tema, busquem ou criem um tópico sobre o assunto.
- Zero violência ou incitação da mesma, em nível físico, social psi ou qualquer outro.
Última edição por Aarin Federleicht em Sex Nov 26, 2021 3:28 am, editado 2 vez(es)
Nauta- Neófito
- Mensagens : 141
Data de inscrição : 21/02/2015
Idade : 32
Localização : Salvador
Re: Conselhos Para Os Iniciantes
Meu primeiro conselho é; duvide.
Mas se vc tiver alguma certeza não imponha ela a ninguém. Cada um chega a sua própria verdade em seu próprio tempo.
Meu segundo conselho na verdade não é um conselho, mas uma coisa que sempre pareceu explicar muito bem a existência pra mim.
1- "O Todo é Mente; o Universo é Mental."
2- "O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima"
3- "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"
4- "Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados"
5- "Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação"
6- "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos de criação"
7- "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei"
Obs 1. Por favor não leia tudo de forma literal.
Obs 2. Não se sinta tentado a aplicar o número 4 à política brasileira.
Obs 3. O 6 é bastante discutível quando o assunto é a sexualidade humana.
Estas são as "leis" herméticas. Gostou? Busque ler mais a respeito.
Mas se vc tiver alguma certeza não imponha ela a ninguém. Cada um chega a sua própria verdade em seu próprio tempo.
Meu segundo conselho na verdade não é um conselho, mas uma coisa que sempre pareceu explicar muito bem a existência pra mim.
1- "O Todo é Mente; o Universo é Mental."
2- "O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima"
3- "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"
4- "Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados"
5- "Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação"
6- "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos de criação"
7- "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei"
Obs 1. Por favor não leia tudo de forma literal.
Obs 2. Não se sinta tentado a aplicar o número 4 à política brasileira.
Obs 3. O 6 é bastante discutível quando o assunto é a sexualidade humana.
Estas são as "leis" herméticas. Gostou? Busque ler mais a respeito.
Nienna- Neófito
- Mensagens : 94
Data de inscrição : 03/03/2015
Nauta gosta desta mensagem
Re: Conselhos Para Os Iniciantes
E como eu abri o tópico, lá vai:
Busquem fontes acessíveis.
Como disse o grande mestre deste mundo, E.T. Bilu: busquem conhecimento. A internet acrescenta "mas não de mais, se não dá vontade de chorar".
Quando iniciamos a estudar ocultismo nos deparamos com a dificuldade da fonte. Tudo é muito especulativo, os manuais podem apresentar uma linguagem extremamente simbólica, experiências e resultados podem ser puramente subjetivos e geralmente não podemos replicar, mesmo que tenhamos os meios físicos para tentar. Eu diria ainda que, quando mais antigo o texto, mais provável é que ele seja praticamente ilegível.
Há quem diga que esta dificuldade mesma é uma prova da dedicação do neófito em ter coragem de ler aquele monte de símbolos culturalmente condenados, se dedicar ao estudo aprofundado e dar tempo ao amadurecimento das ideias. Pode ser, mas não necessariamente um estudo truncado vai produzir bons estudantes, bem pelo contrário, o que não faltam são exemplos de interpretações esdruxulas de textos sagrados e manuais de magia.
Então, da minha pouca experiência vos digo: busque fontes acessíveis para você. Ler Dogma e Ritual, por exemplo, pode ser uma experiência confusa se você não tem nenhuma outra leitura. Eu lá na minha adolescência fechei o livro quando ele começou a falar "feche este livro agora se não quiser que o capeta bata na sua porta". Mais tarde abri e não sei se posso dizer que entendi lá muita coisa, o melhor que posso dizer que extraí foi um vislumbre do conceito de Luz Astral (que ele dá uns 5 outros nomes e vc nunca tem certeza se é isso mesmo ou você que tá viajando). Só mais tarde, com um pouco mais de background tanto teórico quanto prático, é que consegui concatenar melhor o que tá ali dentro numa releitura. E o livro é muito bom.
Então, se o texto não tá batendo pra vc, pega um conceito dele que parece ser importante e vai atrás de ler comentadores da obra ou simplesmente autores mais simples. Quer entender melhor o funcionamento do plano astral? Pega ali um C.W. Leadbeater e Annie Besant. Quer saber melhor como é a prática, os efeitos que se pode esperar e o que precisa pra começar uma pratica mais ou menos segura? Dá uma olhada no E.W. Butler. Povinho antigo mas super legal. Tem gente mais nova fazendo tbm, gente popular. Vai atrás.
E se de um lado existem os complicados, do outro existem os super simplificadores. "Não, pq pra fazer Goétia tudo o que vc precisa é acender uma vela,descabelar o palhaço rezar pro daemon e pedir um favor que ele vai fazer com certeza" ou "O Segredo é pensar positivo". Esses enfatizam ainda mais o caráter subjetivo da coisa. "Se vc sentiu que funcionou é pq funcionou".
Então, como fugir dessas duas armadilhas opostas? Lá em cima eu disse que no ocultismo geralmente faltam método e objetividade, certo? Então, que tal fazer um estudo interdisciplinar e meter um pouco de método que a academia pode oferecer? Complemente seu estudo de ocultismo com leituras do assunto no campo da filosofia, antropologia, folclore... Existem estudiosos de magia dentro desses campos e, se não exclusivamente das praticas religiosas/esotéricas, pelo menos dos povos que as praticavam/praticam. Tá bom que o blog "euacreditoemfadas.blogspot" disse que as fadas são seres angelicais que moram na energia da lua, são filhas de Lilith e regidas por Oxum, mas que tal buscar um folclorista especialista nos povos celtas? Que tal ir atrás das possíveis definições de celta, de xamã, druída, mago... Isso ajuda imensamente seu estudo e a conexão com qualquer egrégora com a qual vc trabalhe.
Tem até uns canais legais no YouTube de transmissão de conhecimento acadêmico, com referências e tudo certinho. Posso citar o Esoterica, Angela's Symposium e Religion For Breakfast. Todos gringos, mas valem a pena. O da Angela tem alguns vídeos com legenda em Pt-Br.
Afie a lamina da sua mente, mas com cuidado. Pancada de mais entorta ou quebra a espada, fricção de menos a deixa sem fio.
Busquem fontes acessíveis.
Como disse o grande mestre deste mundo, E.T. Bilu: busquem conhecimento. A internet acrescenta "mas não de mais, se não dá vontade de chorar".
Quando iniciamos a estudar ocultismo nos deparamos com a dificuldade da fonte. Tudo é muito especulativo, os manuais podem apresentar uma linguagem extremamente simbólica, experiências e resultados podem ser puramente subjetivos e geralmente não podemos replicar, mesmo que tenhamos os meios físicos para tentar. Eu diria ainda que, quando mais antigo o texto, mais provável é que ele seja praticamente ilegível.
Há quem diga que esta dificuldade mesma é uma prova da dedicação do neófito em ter coragem de ler aquele monte de símbolos culturalmente condenados, se dedicar ao estudo aprofundado e dar tempo ao amadurecimento das ideias. Pode ser, mas não necessariamente um estudo truncado vai produzir bons estudantes, bem pelo contrário, o que não faltam são exemplos de interpretações esdruxulas de textos sagrados e manuais de magia.
Então, da minha pouca experiência vos digo: busque fontes acessíveis para você. Ler Dogma e Ritual, por exemplo, pode ser uma experiência confusa se você não tem nenhuma outra leitura. Eu lá na minha adolescência fechei o livro quando ele começou a falar "feche este livro agora se não quiser que o capeta bata na sua porta". Mais tarde abri e não sei se posso dizer que entendi lá muita coisa, o melhor que posso dizer que extraí foi um vislumbre do conceito de Luz Astral (que ele dá uns 5 outros nomes e vc nunca tem certeza se é isso mesmo ou você que tá viajando). Só mais tarde, com um pouco mais de background tanto teórico quanto prático, é que consegui concatenar melhor o que tá ali dentro numa releitura. E o livro é muito bom.
Então, se o texto não tá batendo pra vc, pega um conceito dele que parece ser importante e vai atrás de ler comentadores da obra ou simplesmente autores mais simples. Quer entender melhor o funcionamento do plano astral? Pega ali um C.W. Leadbeater e Annie Besant. Quer saber melhor como é a prática, os efeitos que se pode esperar e o que precisa pra começar uma pratica mais ou menos segura? Dá uma olhada no E.W. Butler. Povinho antigo mas super legal. Tem gente mais nova fazendo tbm, gente popular. Vai atrás.
E se de um lado existem os complicados, do outro existem os super simplificadores. "Não, pq pra fazer Goétia tudo o que vc precisa é acender uma vela,
Então, como fugir dessas duas armadilhas opostas? Lá em cima eu disse que no ocultismo geralmente faltam método e objetividade, certo? Então, que tal fazer um estudo interdisciplinar e meter um pouco de método que a academia pode oferecer? Complemente seu estudo de ocultismo com leituras do assunto no campo da filosofia, antropologia, folclore... Existem estudiosos de magia dentro desses campos e, se não exclusivamente das praticas religiosas/esotéricas, pelo menos dos povos que as praticavam/praticam. Tá bom que o blog "euacreditoemfadas.blogspot" disse que as fadas são seres angelicais que moram na energia da lua, são filhas de Lilith e regidas por Oxum, mas que tal buscar um folclorista especialista nos povos celtas? Que tal ir atrás das possíveis definições de celta, de xamã, druída, mago... Isso ajuda imensamente seu estudo e a conexão com qualquer egrégora com a qual vc trabalhe.
Tem até uns canais legais no YouTube de transmissão de conhecimento acadêmico, com referências e tudo certinho. Posso citar o Esoterica, Angela's Symposium e Religion For Breakfast. Todos gringos, mas valem a pena. O da Angela tem alguns vídeos com legenda em Pt-Br.
Afie a lamina da sua mente, mas com cuidado. Pancada de mais entorta ou quebra a espada, fricção de menos a deixa sem fio.
Nauta- Neófito
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Localização : Salvador
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Re: Conselhos Para Os Iniciantes
HAHA!
Adorei!
Vamos nessa.
1 - "Tudo tem seu preço" - Derivação obvia de que todo efeito tem sua causa...
Mas eu faria um adendo de que nenhum conhecimento vem de graça, vc gastará horas de vida, vc gastará sua sanidade e acima de tudo vc perderá a benção da ignorância. se ainda assim persistir no caminho, parabéns você é mais próximo de Aemaeth
2- "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei" - Muito "ocultistas"Harry Potter's, acreditam que essa frase diz que podemos ser inconsequentes e irresponsáveis na prática mágica e na vida. Podemos ferra a vida, o semelhante e nós próprios que está tudo bem, "A Grande Besta" falou que eu posso fazer o que eu quiser e tá de boas, afinal eu só falto soltar bolas de fogo pelas mãos. Mas como a interpretação e a linguagem simbólica é uma grande deficiência de nossa época, precisamos explicar: Faça o que vc quiser, há de ser tudo da Lei. Pois nada escapa à Lei, nada é maior do que a Lei e tudo o que vc fizer estará sujeito a Ela.
Logo o primeiro conselho retorna, tudo tem seu preço.
Em breve nos vemos novamente...
Adorei!
Vamos nessa.
1 - "Tudo tem seu preço" - Derivação obvia de que todo efeito tem sua causa...
Mas eu faria um adendo de que nenhum conhecimento vem de graça, vc gastará horas de vida, vc gastará sua sanidade e acima de tudo vc perderá a benção da ignorância. se ainda assim persistir no caminho, parabéns você é mais próximo de Aemaeth
2- "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei" - Muito "ocultistas"
Logo o primeiro conselho retorna, tudo tem seu preço.
Em breve nos vemos novamente...
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Re: Conselhos Para Os Iniciantes
Lá vai mais um: PRATIQUE!
É provável que vc leia em muitos livros, especialmente mais antigos, que a pratica no ocultismo oferece gigantescos riscos. Geralmente os riscos em si não são citados, fica na ameaça, mas eles garantem que existem perigos incalculáveis em mexer com as forças obscuras. Nos livros mais novos vc talvez leia que não dá nada, vc só vai se prejudicar se acreditar que tá fazendo algo errado.
Bom, a realidade não é nem um nem outro, geralmente (e eu digo GERALMENTE), até pq se vc tá começando provavelmente não é esse bruxão todo. A gente poderia fazer um outro tópico pra discutir o que pode ser danoso na prática, e acho que o Malklord já deixou um bom conselho aí em cima pra iniciar, mas o ponto não é esse.
A questão é que a prática é parte do aprendizado e, não atoa, na maior parte dos cursos que tomamos na vida precisamos estagiar antes de poder formar. Toda prática tem seus riscos. Caminhar é arriscado, atravessar a rua, comer, tomar banho... Você pode morrer fazendo qualquer uma dessas coisas e não é garantido que sua alma não vai prum inferno aleatório. Ainda assim nós fazemos e, digo mais, precisamos em algum ponto aprender do zero a fazer estas coisas.
Eu duvido que você tenha visto alguma vez na vida um bebê nascer com uma gramática na mão para aprender as regras da língua materna antes de falar. E ainda que você me diga que ter acesso a esse material quando adulto ajuda no aprendizado, eu vou concordar com você, mas é muito improvável que uma pessoa aprenda de fato o idioma apenas lendo a gramática passivamente, sem praticar seja na conversação, na leitura ou na simples repetição das formulas descritas no livro. Quem já aprendeu um idioma através de sua gramática sabe que a língua viva, aquela que circula entre o povo e cria sentido, de modo algum está submetida a ela, é bem pelo contrário: a gramatica serve para descrever e prever em certa medida o comportamento da língua e apenas isso, ela é uma ferramenta.
É preciso viver a espiritualidade para aprender sobre ela pois muito do que está escrito em textos é analogia e símbolo, uma linguagem dirigida ao coração e não ao intelecto. E o bater do coração é sinal de vida. Ao cessar o movimento, acabou.
Com tudo isso eu quero dizer que você deve chegar no primeiro dia e fazer o Abramelin? Comandar uma legião de anjos com o usos dos nomes divinos pra fazerem todas as suas vontades? De jeito nenhum! Como disse lá em cima, vc tá começando, não tá nem perto de ser esse bruxão todo, por mais que tenha acesso a todos os materiais exóticos que um grimório possa exigir.
O que eu quero dizer é: faça aquilo que está a seu alcance para aprimorar as suas capacidades, para que quando chegar a hora de executar um rito de fato, você esteja apto a executá-lo.
Tá começando na prática hoje? Que tal pegar um manual simples com exercícios de técnicas voltadas para a concentração, a visualização, a percepção expandida? Que tal tirar um tempo para prestar atenção em si mesmo e nas suas reações às suas práticas? Que tal ir registrar seus resultados?
Tá seguindo uma linha religiosa/esotérica especifica? Que tal se dedicar às suas práticas exotéricas, buscar se conectar com a egrégora, entender e vivenciar o que essas práticas e devoções encerram enquanto significado?
Já conseguiu dominar as técnicas básicas? Que tal passar para uns experimentos mais complexos?
A natureza não dá saltos.
Tudo isto é pratica e pré-requisito para que, mais à frente com experiência, entendimento e domínio das técnicas, você possa de fato conhecer melhor seu intento e levá-lo a cabo. E tudo isso DEVE ser feito em conjunto com o estudo teórico, afinal quem veio antes não se acabou experimentando, aprendendo e registrado, para que e senhore venha agora querer reinventar a roda. Mas pratique. Não fique apenas lendo e no mundo das abstrações. Pratique.
Algumas coisas podem te ajudar a diminuir os riscos da prática, dentre as quais podemos citar: fazer em ambiente limpo e seguro; ter alguém que te ensine; ter um grupo de pares com o qual trocar experiências; ter material de apoio e se espelhar em figuras exemplares do campo. No mais é cara e coragem.
As vezes vc vai quebrar a cara, vai dar ruim, mas é a vida. Força guerreiro.
É provável que vc leia em muitos livros, especialmente mais antigos, que a pratica no ocultismo oferece gigantescos riscos. Geralmente os riscos em si não são citados, fica na ameaça, mas eles garantem que existem perigos incalculáveis em mexer com as forças obscuras. Nos livros mais novos vc talvez leia que não dá nada, vc só vai se prejudicar se acreditar que tá fazendo algo errado.
Bom, a realidade não é nem um nem outro, geralmente (e eu digo GERALMENTE), até pq se vc tá começando provavelmente não é esse bruxão todo. A gente poderia fazer um outro tópico pra discutir o que pode ser danoso na prática, e acho que o Malklord já deixou um bom conselho aí em cima pra iniciar, mas o ponto não é esse.
A questão é que a prática é parte do aprendizado e, não atoa, na maior parte dos cursos que tomamos na vida precisamos estagiar antes de poder formar. Toda prática tem seus riscos. Caminhar é arriscado, atravessar a rua, comer, tomar banho... Você pode morrer fazendo qualquer uma dessas coisas e não é garantido que sua alma não vai prum inferno aleatório. Ainda assim nós fazemos e, digo mais, precisamos em algum ponto aprender do zero a fazer estas coisas.
Eu duvido que você tenha visto alguma vez na vida um bebê nascer com uma gramática na mão para aprender as regras da língua materna antes de falar. E ainda que você me diga que ter acesso a esse material quando adulto ajuda no aprendizado, eu vou concordar com você, mas é muito improvável que uma pessoa aprenda de fato o idioma apenas lendo a gramática passivamente, sem praticar seja na conversação, na leitura ou na simples repetição das formulas descritas no livro. Quem já aprendeu um idioma através de sua gramática sabe que a língua viva, aquela que circula entre o povo e cria sentido, de modo algum está submetida a ela, é bem pelo contrário: a gramatica serve para descrever e prever em certa medida o comportamento da língua e apenas isso, ela é uma ferramenta.
É preciso viver a espiritualidade para aprender sobre ela pois muito do que está escrito em textos é analogia e símbolo, uma linguagem dirigida ao coração e não ao intelecto. E o bater do coração é sinal de vida. Ao cessar o movimento, acabou.
Com tudo isso eu quero dizer que você deve chegar no primeiro dia e fazer o Abramelin? Comandar uma legião de anjos com o usos dos nomes divinos pra fazerem todas as suas vontades? De jeito nenhum! Como disse lá em cima, vc tá começando, não tá nem perto de ser esse bruxão todo, por mais que tenha acesso a todos os materiais exóticos que um grimório possa exigir.
O que eu quero dizer é: faça aquilo que está a seu alcance para aprimorar as suas capacidades, para que quando chegar a hora de executar um rito de fato, você esteja apto a executá-lo.
Tá começando na prática hoje? Que tal pegar um manual simples com exercícios de técnicas voltadas para a concentração, a visualização, a percepção expandida? Que tal tirar um tempo para prestar atenção em si mesmo e nas suas reações às suas práticas? Que tal ir registrar seus resultados?
Tá seguindo uma linha religiosa/esotérica especifica? Que tal se dedicar às suas práticas exotéricas, buscar se conectar com a egrégora, entender e vivenciar o que essas práticas e devoções encerram enquanto significado?
Já conseguiu dominar as técnicas básicas? Que tal passar para uns experimentos mais complexos?
A natureza não dá saltos.
Tudo isto é pratica e pré-requisito para que, mais à frente com experiência, entendimento e domínio das técnicas, você possa de fato conhecer melhor seu intento e levá-lo a cabo. E tudo isso DEVE ser feito em conjunto com o estudo teórico, afinal quem veio antes não se acabou experimentando, aprendendo e registrado, para que e senhore venha agora querer reinventar a roda. Mas pratique. Não fique apenas lendo e no mundo das abstrações. Pratique.
Algumas coisas podem te ajudar a diminuir os riscos da prática, dentre as quais podemos citar: fazer em ambiente limpo e seguro; ter alguém que te ensine; ter um grupo de pares com o qual trocar experiências; ter material de apoio e se espelhar em figuras exemplares do campo. No mais é cara e coragem.
As vezes vc vai quebrar a cara, vai dar ruim, mas é a vida. Força guerreiro.
Nauta- Neófito
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Re: Conselhos Para Os Iniciantes
Meus conselhos:
- Estude bastante, leia livros, mas não só de ocultismo. Leia assuntos variados como filosofia, psicologia, antropologia. Leia tb história (Muito Importante), leia os fatos históricos em torno do que você estuda. O ocultismo é construído com lendas, e elas são muito importantes pra você entender o significado de algumas coisas, mas se você não souber diferenciar a lenda dos fatos é bastante provável que você fique alienado.
- Pratique muito, se você ficar só lendo vai virar um erudito, não um mago. Lembrem do mantra alquímico: "Branqueai Latona e rasgai vossos livros"
a prática é o que vai amarrar tudo que você leu, é o que vai fazer você encontrar sentido nas elementos enigmáticos dos textos antigos.
- Muita coisa é metafórica no ocultismo, mas nem tudo. Fique atento a isso. Saiba distinguir o que é e o que não é.
Por hoje é isso
- Estude bastante, leia livros, mas não só de ocultismo. Leia assuntos variados como filosofia, psicologia, antropologia. Leia tb história (Muito Importante), leia os fatos históricos em torno do que você estuda. O ocultismo é construído com lendas, e elas são muito importantes pra você entender o significado de algumas coisas, mas se você não souber diferenciar a lenda dos fatos é bastante provável que você fique alienado.
- Pratique muito, se você ficar só lendo vai virar um erudito, não um mago. Lembrem do mantra alquímico: "Branqueai Latona e rasgai vossos livros"
a prática é o que vai amarrar tudo que você leu, é o que vai fazer você encontrar sentido nas elementos enigmáticos dos textos antigos.
- Muita coisa é metafórica no ocultismo, mas nem tudo. Fique atento a isso. Saiba distinguir o que é e o que não é.
Por hoje é isso
Neo- Adepto
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Re: Conselhos Para Os Iniciantes
Cuidado ao tentar extirpar partes desagraveis de si.
Digo isso especialmente para quem vem de contextos "gratiluz" e já peço perdão por ser tão direto. Mas é muito comum em ambientes assim, seja uma comunidade física de pessoas ou só uma corrente de ideias, que se reproduza a noção de que o trabalho espiritual é apenas dar fim a "tudo o que há de ruim em nossa personalidade", reconhecer nossas "falhas" e corrigi-las o mais rápido possível, ou coisas similares.
Nem todos que chegam ao ocultismo têm a crença em espíritos e aqueles que a têm podem divergir grandemente. Para aqueles que, como eu, têm essa crença, não é incomum que ela venha na forma de separação entre uma vida espiritual voltada para uma entidade e seu adoração, e uma vida mundana para o corpo e os prazeres da carne, onde essa segunda geralmente precisa ser rejeitada. Outra forma possível é a estratificação da espiritualidade, os famosos baixo e alto astral, espiritualidade superior e inferior, os bons contra os maus, aqueles que nos fazem pecar e aqueles que nos querem salvar. Existem muitas outras formas, mas gostaria de falar dessas duas com as quais tenho alguma familiaridade.
Em primeiro lugar, se vc acredita em espirito ou algo que o equivalha, talvez seja interessante pensar que não existe experiência que não seja espiritual. O espirito geralmente é concebido como a origem da vida, fonte de consciência e definidor de humanidade. Para estar vivo e ser humano é preciso ter alma. Sendo assim, não existe qualquer atividade do campo humano que, nessa acepção, seja desprovida de espirito. A separação do corpo e do espirito significa geralmente a morte e é o espirito quem perdura. Então a sua melhor ação, ou pior, ou a que você julga indiferente, não deixam de ser espirituais, tendo o espirito como origem e fim. Além disso, uma existência extra-física implica em um ser expandido, que abarca não apenas as características e formas do corpo, mas uma vivência eminentemente da consciência, psicológica. Aquela característica incomoda e indesejada é, de um modo ou de outro, parte do ser que a manifesta. Então fica o questionamento: quem é o mestre cirurgião de almas capaz de estrangular, matar de fome e sede ou decepar uma parte de si mesmo sem prejuízo? Qual é a parte do seu espirito que não lhe serve e sem a qual você pode funcionar com perfeição?
No outro caso, das castas espirituais, deve ser muito bom ser parte dos extratos superiores. Ninguém quer andar com com os pobres e desvalidos, ninguém quer necessitar. A gente gosta de tapinha nas costas e incentivo para aquilo que, de um modo ou de outro, está a nosso alcance. "Vai lá, você consegue, sou teu guia e tô aqui com você, coloquei rodinhas na sua bicicleta, botei capacete em ti e passo mertiolate se tu cair". Muito massa. Mas assim, até onde esse desejo de ser bom não é um reflexo da tua rejeição da tua realidade espiritual que a gente acabou de falar no paragrafo de cima? O que tu quer transparecer tá de acordo com toda a tua realidade que, mais uma vez digo, é espiritual uma vez que vivida por você como espirito e mantida por uma sociedade de outros espíritos? O quanto tu rejeita tua realidade social, se isentando de uma vivência engajada com ela em nome de uma neutralidade espiritual (a supervisão é sempre superior) que não existe? Não faz mais sentido viver a vida do espirito encarnado e, a partir dela, buscar antes aprender sobre essa vivência e, junto ao aprendizado, agir de acordo, com coerência?
Para aqueles que não lidam com espirito e tomam o estudo do ocultismo como um estudo de psicologia, bem, acho que o que acabei de dizer faz ainda mais sentido. Uma característica psicológica têm causas multideterminadas e funções para um sujeito nem sempre plenamente conhecidas, sem contar as relações que estabelece com outras características. Chutar um "pau de uma barraca" psicológica pode fazer um sujeito inteiro desmoronar, então cuidado.
Tô dizendo pra sair por aí dando vazão a todo impulso e desejo? Não. Tô dizendo pra respirar fundo, por mais que naquele ritualzinho maroto ou série de vivências mágicas surgir um pedaço de você que não seja o que você mais gosta. Por mais que teu livro sagrado te diga que você não deve ser de tal jeito, se você é, respira fundo, segura as pontas, e vai investigar, estudar e principalmente viver a sua vida para entender as potencialidades daquilo a que você a tem acesso, é claro sempre buscando não atravessar o caminho dos outros que também estão nos seus perrengues. O chamado aqui é a não querer jogar o que você não gosta fora em qualquer canto, mas se responsabilizar por si mesmo. Às vezes sentar e (se) observar num momento desfavorável é o melhor que você faz.
As vezes o seu maior defeito é fingir ser quem você não é. E as vezes o que você acha um horror em si mesmo nem é uma coisa ruim, é só algo que foi condenado em um livro escrito por um barbado há muito tempo.
Digo isso especialmente para quem vem de contextos "gratiluz" e já peço perdão por ser tão direto. Mas é muito comum em ambientes assim, seja uma comunidade física de pessoas ou só uma corrente de ideias, que se reproduza a noção de que o trabalho espiritual é apenas dar fim a "tudo o que há de ruim em nossa personalidade", reconhecer nossas "falhas" e corrigi-las o mais rápido possível, ou coisas similares.
Nem todos que chegam ao ocultismo têm a crença em espíritos e aqueles que a têm podem divergir grandemente. Para aqueles que, como eu, têm essa crença, não é incomum que ela venha na forma de separação entre uma vida espiritual voltada para uma entidade e seu adoração, e uma vida mundana para o corpo e os prazeres da carne, onde essa segunda geralmente precisa ser rejeitada. Outra forma possível é a estratificação da espiritualidade, os famosos baixo e alto astral, espiritualidade superior e inferior, os bons contra os maus, aqueles que nos fazem pecar e aqueles que nos querem salvar. Existem muitas outras formas, mas gostaria de falar dessas duas com as quais tenho alguma familiaridade.
Em primeiro lugar, se vc acredita em espirito ou algo que o equivalha, talvez seja interessante pensar que não existe experiência que não seja espiritual. O espirito geralmente é concebido como a origem da vida, fonte de consciência e definidor de humanidade. Para estar vivo e ser humano é preciso ter alma. Sendo assim, não existe qualquer atividade do campo humano que, nessa acepção, seja desprovida de espirito. A separação do corpo e do espirito significa geralmente a morte e é o espirito quem perdura. Então a sua melhor ação, ou pior, ou a que você julga indiferente, não deixam de ser espirituais, tendo o espirito como origem e fim. Além disso, uma existência extra-física implica em um ser expandido, que abarca não apenas as características e formas do corpo, mas uma vivência eminentemente da consciência, psicológica. Aquela característica incomoda e indesejada é, de um modo ou de outro, parte do ser que a manifesta. Então fica o questionamento: quem é o mestre cirurgião de almas capaz de estrangular, matar de fome e sede ou decepar uma parte de si mesmo sem prejuízo? Qual é a parte do seu espirito que não lhe serve e sem a qual você pode funcionar com perfeição?
No outro caso, das castas espirituais, deve ser muito bom ser parte dos extratos superiores. Ninguém quer andar com com os pobres e desvalidos, ninguém quer necessitar. A gente gosta de tapinha nas costas e incentivo para aquilo que, de um modo ou de outro, está a nosso alcance. "Vai lá, você consegue, sou teu guia e tô aqui com você, coloquei rodinhas na sua bicicleta, botei capacete em ti e passo mertiolate se tu cair". Muito massa. Mas assim, até onde esse desejo de ser bom não é um reflexo da tua rejeição da tua realidade espiritual que a gente acabou de falar no paragrafo de cima? O que tu quer transparecer tá de acordo com toda a tua realidade que, mais uma vez digo, é espiritual uma vez que vivida por você como espirito e mantida por uma sociedade de outros espíritos? O quanto tu rejeita tua realidade social, se isentando de uma vivência engajada com ela em nome de uma neutralidade espiritual (a supervisão é sempre superior) que não existe? Não faz mais sentido viver a vida do espirito encarnado e, a partir dela, buscar antes aprender sobre essa vivência e, junto ao aprendizado, agir de acordo, com coerência?
Para aqueles que não lidam com espirito e tomam o estudo do ocultismo como um estudo de psicologia, bem, acho que o que acabei de dizer faz ainda mais sentido. Uma característica psicológica têm causas multideterminadas e funções para um sujeito nem sempre plenamente conhecidas, sem contar as relações que estabelece com outras características. Chutar um "pau de uma barraca" psicológica pode fazer um sujeito inteiro desmoronar, então cuidado.
Tô dizendo pra sair por aí dando vazão a todo impulso e desejo? Não. Tô dizendo pra respirar fundo, por mais que naquele ritualzinho maroto ou série de vivências mágicas surgir um pedaço de você que não seja o que você mais gosta. Por mais que teu livro sagrado te diga que você não deve ser de tal jeito, se você é, respira fundo, segura as pontas, e vai investigar, estudar e principalmente viver a sua vida para entender as potencialidades daquilo a que você a tem acesso, é claro sempre buscando não atravessar o caminho dos outros que também estão nos seus perrengues. O chamado aqui é a não querer jogar o que você não gosta fora em qualquer canto, mas se responsabilizar por si mesmo. Às vezes sentar e (se) observar num momento desfavorável é o melhor que você faz.
As vezes o seu maior defeito é fingir ser quem você não é. E as vezes o que você acha um horror em si mesmo nem é uma coisa ruim, é só algo que foi condenado em um livro escrito por um barbado há muito tempo.
Nauta- Neófito
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