Helena Petrovna Blavatsky
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Helena Petrovna Blavatsky
Como todo revolucionário, Helena Petrovna Blavatsky - ou HPB - teve sua vida recheada de aspectos fantásticos, paradoxais e inexplicáveis. Nascida na Ucrânia, durante a noite de 30 para 31 de julho de 1831, com o nome de Helena Petrovna von Hahn, era filha de nobres russos. Teve uma educação refinada e desde muito cedo mostrou-se rebelde e independente.
Durante toda sua infância mostrou ser capaz de cativar as pessoas contando histórias fantásticas como se as tivesse vivido. Com pouco menos de dezessete anos casou-se - pelo menos em se tratando de cerimônias religiosas - com o idoso general Blavatsky de quem tomou o nome que usou por toda sua vida.
É provável que, à época do casamento, o general estivesse bem próximo dos setenta anos como supunha sua jovem esposa.
Uma tia de Blavatsky descreveu como o casamento foi resolvido: “para ela era indiferente casar-se ou não. Entretanto, um dia, sua governanta, desafiou-a a encontrar um homem capaz de desposá-la, devido ao seu gênio insuportável; chegou mesmo a afirmar que até aquele velho que ela considerava tão horroroso e escolhera para alvo de suas troças, nunca a aceitaria como esposa. Não foi preciso mais nada. Três dias depois ela conseguiu que ele a pedisse em casamento; depois, horrorizada com o que fizera, fez o possível para se livrar do apressado consentimento que lhe dera. Mas já era tarde.(...) Já perante ao altar, ouviu o sacerdote que lhe dizia:"honrarás teu marido e terás que obedecê-lo", e a essa expressão odiosa, "terás que obedecê-lo", sua jovem fisionomia ficou rubra de cólera, a que se seguiu uma palidez mortal. E ouviram-na murmurar de dentes cerrados:‘Nunca!’
E, de fato, nunca o fez. Naquele mesmo instante resolveu desprezar a lei e ser a dona de sua vida futura; e abandonou o marido para sempre, sem lhe dar a menor oportunidade de considerá-la sua mulher”. De grande inteligência, inata capacidade psíquica e faculdade literária aguçada, mostrou desde cedo consciência revolucionária. Sempre teve amigos invisíveis e se irritava com a criadagem e a família que não davam a mínima atenção a eles. Desde este tempo existia a figura de um protetor, cujos traços fisionômicos nunca se modificaram, e que mais tarde Blavatsky encontrou em corpo físico e imediatamente reconheceu.
Suas viagens pelo mundo a levou a circunavegar o globo terrestre por duas vezes, sempre em busca da verdade. Foi no Tibete que recebeu a mais alta iniciação esotérica.
Em 1873 foi para os Estados Unidos, onde conheceu o Coronel Henry Steel Olcott. Naquela época, as relações psíquicas entre ela e seus mestres ocultos orientais era tamanha que a levou a colocar sua vida sob a direção destes. A amizade com Olcott resultou na fundação da Sociedade Teosófica, em 1875, em Nova Iorque. “A Sociedade Teosófica não é somente o instrumento graças ao qual os Mahatmas trabalham no mundo para favorecer a explosão da espiritualidade entre os homens; mas é também em grande parte a iniciativa confiada a Madame Blavatsky”. Dois anos depois publicou sua primeira obra: Ísis sem Véu, quatro volumes que formam um conjunto de postulados ocultistas.
Sua obra mais importante é A Doutrina Secreta, publicada em 1888. A quantidade de informações contida nessa obra é verdadeiramente assombrosa. Estudos provam que ela precisaria ter lido ininterruptamente durante décadas para assimilar tudo aquilo. Mas como a própria Blavatsky explicou várias vezes, o que ela escreveu não é de sua autoria, foi mostrado a ela pelos seus mestres no plano astral.
Uma de suas previsões era de que sua obra só começaria a ser compreendida cerca de um século depois. Isso veio a se confirmar publicamente quando uma sobrinha de Einstein revelou, alguns anos após a sua morte, que seu livro de cabeceira era A Doutrina Secreta. Intelectuais do mundo inteiro estudaram a Doutrina e descobriram lá as fontes de muitas das teorias de Einstein.
Blavatsky foi, sem dúvida, a mais importante personagem da Renascença Ocultista no século passado. Considerava os homens deuses em potencial e afirmava, em uma crítica velada à mentalidade da época, que “aquele que vive para a humanidade faz muito mais do que aquele que por ela morre”.
Blavatsky foi perseguida, caluniada e difamada por pessoas que, das maneiras mais absurdas, tentavam provar que ela era uma farsante. Apesar de seu comportamento explosivo sempre se manteve altiva para dar as devidas respostas a este tipo de difamadores.
Nos últimos anos de sua vida, HPB encontrava-se fisicamente muito debilitada mas não deixava de escrever, durante todo o dia A Doutrina Secreta e jamais se deixou esmorecer. Em determinado tempo ela se viu à beira da morte e seus acompanhantes, dentre os quais a condessa Wachtmeister, esperavam apenas o momento derradeiro. A condessa conta que, certa noite, acordou profundamente apreensiva por haver dormido. HPB poderia ter morrido durante seu sono, enquanto desertara de seu posto de vigília. Correu para a cama de Blavatsky e a encontrou tranquila com o aspecto bem diferente de quando a deixara. Blavatsky explicou: “O Mestre esteve aqui. Deu-me a escolher: morrer e ficar livre, se quisesse, ou concluir A Doutrina Secreta, Advertiu-me sobre a magnitude de meus sofrimentos e sobre um terrível período por que haveria de passar na Inglaterra, pois vou para lá. Mas, quando pensei naqueles discípulos, aos quais me será dado ensinar algumas coisas, e na Sociedade Teosófica em geral, à qual já deixo meu coração, aceitei o sacrifício”.
Fonte:http://www.sociedadeteosofica.org.br/pagina.asp?item=84
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