As Qliphoth
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As Qliphoth
Considerações Gerais:
Este tópico está sendo criado como um complemento para nosso estudo para a roda do ano de 2021. Lembrando que nossas práticas não serão com as Qliphoth e que apenas estudaremos este tema como uma maneira de sabermos lidar com a sua influência, e será com base nisso que o tema será abordado.
Aqueles que já passaram por alguma Iniciação, seja dentro uma ordem, seja de forma solitária, sabe que elas estão ligadas a determinadas provas que devem ser superadas, provas estas que receberam, sobretudo dentro da tradição thelêmica, o nome de ordálias. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com o tema deixo aqui uma explicação bem básica.
Um ritual de Iniciação seja ele parte da passagem de grau de alguma ordem, seja ele executado por um adepto independente não consiste apenas em uma cerimônia que vai autorizar uma passagem de grau do estudante. A cerimônia é apenas parte da coisa, pois junto dela surgem desafios análogos a fase iniciática a qual se esteja. Quando o magista desafia os elementais, como exposto por Eliphas Levi, o que ele está fazendo é formalmente assumindo a responsabilidade de ser testado nos aspectos de cada um dos quatro elementos, e isso vai acontecer diferente para cada um, mas ele terá de superar suas imperfeições em cada um desses aspectos, e é nessa superação que se poderá dizer que se passou de grau ou não. Esses desafios que surgem são as chamadas ordálias.
Para aqueles que realizaram outras rodas do ano, devem ter notado como parece que determinados acontecimentos da vida se relacionam intimamente com o período da roda. Como surgem coisas para que lidemos, que parecem complementar os ritos, essas coisas são também ordálias. Até porque fazer uma roda do ano pode até não ser uma das iniciações grandes, mas como envolve trabalho sobre aspectos de si, nos eleva em grau e pode sim ser considerada uma iniciação, mesmo que pequena. E quando se trabalha com a Árvore da Vida, as ordálias tendem a vir da qliphah que se relaciona com a sephirah que se está trabalhando e é nesse sentido que Dion Fortune cita a importância do seu estudo.
E para isso tem algumas coisas que acho importante que estejamos atentos...
Este tópico está sendo criado como um complemento para nosso estudo para a roda do ano de 2021. Lembrando que nossas práticas não serão com as Qliphoth e que apenas estudaremos este tema como uma maneira de sabermos lidar com a sua influência, e será com base nisso que o tema será abordado.
Aqueles que já passaram por alguma Iniciação, seja dentro uma ordem, seja de forma solitária, sabe que elas estão ligadas a determinadas provas que devem ser superadas, provas estas que receberam, sobretudo dentro da tradição thelêmica, o nome de ordálias. Para aqueles que ainda não estão familiarizados com o tema deixo aqui uma explicação bem básica.
Um ritual de Iniciação seja ele parte da passagem de grau de alguma ordem, seja ele executado por um adepto independente não consiste apenas em uma cerimônia que vai autorizar uma passagem de grau do estudante. A cerimônia é apenas parte da coisa, pois junto dela surgem desafios análogos a fase iniciática a qual se esteja. Quando o magista desafia os elementais, como exposto por Eliphas Levi, o que ele está fazendo é formalmente assumindo a responsabilidade de ser testado nos aspectos de cada um dos quatro elementos, e isso vai acontecer diferente para cada um, mas ele terá de superar suas imperfeições em cada um desses aspectos, e é nessa superação que se poderá dizer que se passou de grau ou não. Esses desafios que surgem são as chamadas ordálias.
Para aqueles que realizaram outras rodas do ano, devem ter notado como parece que determinados acontecimentos da vida se relacionam intimamente com o período da roda. Como surgem coisas para que lidemos, que parecem complementar os ritos, essas coisas são também ordálias. Até porque fazer uma roda do ano pode até não ser uma das iniciações grandes, mas como envolve trabalho sobre aspectos de si, nos eleva em grau e pode sim ser considerada uma iniciação, mesmo que pequena. E quando se trabalha com a Árvore da Vida, as ordálias tendem a vir da qliphah que se relaciona com a sephirah que se está trabalhando e é nesse sentido que Dion Fortune cita a importância do seu estudo.
E para isso tem algumas coisas que acho importante que estejamos atentos...
Neo- Adepto
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Re: As Qliphoth
Boa tarde a todas e todos. Fiz um fichamento de resumo, sem tanto rigor acadêmico, do Capítulo XXVI do Cabala Mística da Fortune.
Cita a importância da distinção do Mal positivo, força contrária à evolução, e Mal negativo, oposição de inércia não superada - que pode sofrer alterações, dependendo de pontos de vista individuais. Sugere-se evitar dualismos, que são heresias.
No Pralaya, uma Noite dos Deuses, há o momento de perfeito equilíbrio de forças, que é estático e potencial. O desequilíbrio é o que permite o movimento e progresso. Tal aspecto é como um pêndulo, representado na árvore pelos pilares da Misericórdia e Severidade, que se opõem e criariam um colapso no universo caso deixassem de existir.
A origem das Qliphoth se dão na evolução das Sephiroth correspondentes. Kether se expandiu para Chokmah, desequilibrando-se. O desequilíbrio poderá ser compensado por um aumento de atividade em Chokmah, Sabedoria.
Atziluth possui um Nome de Poder, o Nome de Deus, associado a uma Sephirah. Correspondências: arcanjo e diabo, coro angélico e corte dos demônios, Esferas Sephiróticas e Moradas Infernais.
Ela cita também, como exemplos: marte (Geburah) desequilibrando-se em crueldade e destrutividade; calmaria e magnanimidade x laissez faire e inércia.
Tal capítulo é interessante não por trazer dados mais "técnicos" aprofundados da árvore e sim uma reflexão de como se dá essa dinâmica entre as Sephiroth e as Qliphoth, além de sua opinião sobre assuntos relevante à época.
Por mais que a proposta não seja evocar tal força, que seria chamá-la de forma direta e intensa, podemos observar sua ação diluída em intensidade nas demais operações que não explicitamente ligadas à Árvore. Essa observação com certeza será de grande tesouro e talvez pista para solução de dilemas e alcance de novos pontos de equilíbrio.
Uma pequena vivência mágica minha:
Recentemente venho trabalhando com evocações de anjos planetários conforme o Heptameron. Comecei com Vênus, análogo a Netzach, e com toda certeza tive que lidar com A'arab Zaraq. Como efeito colateral, durante um tempo a minha ansiedade veio à tona por conta de certos traumas e ilusões que foram evidenciados. Coincidência ou não, os efeitos colaterais foram melhor trabalhados depois que passei a evocar Saturno, que me deu maior maturidade pra encarar certas coisas. Já estou colhendo bons frutos disso, mas não terminei minhas operações ainda e não consegui analisar tão bem Saturno.
Acho que podemos colher reflexões como essas (não exatamente compartilhá-las, a não ser que sintamos a necessidade) para trabalharmos em Samhain.
Grande abraço
-x-
Dion Fortune começa o capítulo definindo as Qliphoth como Sephiroth malignas a adversas. Mencionando-as como "forças terríveis, havendo perigo até mesmo em pensar nelas". Para motivar tal estudo, cita o Mago Abramelim e seu sistema onde, após a evocação de anjos, há a evocação de demônios. Relembra/conscientiza-nos a "não evocarmos qualquer força a não ser que estejamos preparados para enfrentar seu aspecto adverso" pois a Sephirah é acompanhada de seu aspecto negativo. A Qliphah é o "outro lado da moeda", justamente, e não há outra opção a não ser enfrentá-la.Cita a importância da distinção do Mal positivo, força contrária à evolução, e Mal negativo, oposição de inércia não superada - que pode sofrer alterações, dependendo de pontos de vista individuais. Sugere-se evitar dualismos, que são heresias.
No Pralaya, uma Noite dos Deuses, há o momento de perfeito equilíbrio de forças, que é estático e potencial. O desequilíbrio é o que permite o movimento e progresso. Tal aspecto é como um pêndulo, representado na árvore pelos pilares da Misericórdia e Severidade, que se opõem e criariam um colapso no universo caso deixassem de existir.
A origem das Qliphoth se dão na evolução das Sephiroth correspondentes. Kether se expandiu para Chokmah, desequilibrando-se. O desequilíbrio poderá ser compensado por um aumento de atividade em Chokmah, Sabedoria.
Atziluth possui um Nome de Poder, o Nome de Deus, associado a uma Sephirah. Correspondências: arcanjo e diabo, coro angélico e corte dos demônios, Esferas Sephiróticas e Moradas Infernais.
Ela cita também, como exemplos: marte (Geburah) desequilibrando-se em crueldade e destrutividade; calmaria e magnanimidade x laissez faire e inércia.
Tal capítulo é interessante não por trazer dados mais "técnicos" aprofundados da árvore e sim uma reflexão de como se dá essa dinâmica entre as Sephiroth e as Qliphoth, além de sua opinião sobre assuntos relevante à época.
Por mais que a proposta não seja evocar tal força, que seria chamá-la de forma direta e intensa, podemos observar sua ação diluída em intensidade nas demais operações que não explicitamente ligadas à Árvore. Essa observação com certeza será de grande tesouro e talvez pista para solução de dilemas e alcance de novos pontos de equilíbrio.
Uma pequena vivência mágica minha:
Recentemente venho trabalhando com evocações de anjos planetários conforme o Heptameron. Comecei com Vênus, análogo a Netzach, e com toda certeza tive que lidar com A'arab Zaraq. Como efeito colateral, durante um tempo a minha ansiedade veio à tona por conta de certos traumas e ilusões que foram evidenciados. Coincidência ou não, os efeitos colaterais foram melhor trabalhados depois que passei a evocar Saturno, que me deu maior maturidade pra encarar certas coisas. Já estou colhendo bons frutos disso, mas não terminei minhas operações ainda e não consegui analisar tão bem Saturno.
Acho que podemos colher reflexões como essas (não exatamente compartilhá-las, a não ser que sintamos a necessidade) para trabalharmos em Samhain.
Grande abraço
Klepsidra- Caminhante
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Re: As Qliphoth
Muito bom, Klepsidra. Ótima ideia do fichamento.
Podemos compartilhar algumas experiências sim.
Antes de falar das Qliphoth propriamente, vou deixar mais algumas considerações que acredito serem importantes para nosso trabalho.
Por que "Árvore da Morte"?
Embora o livro do Gênese não mencione uma árvore da morte, e sim uma árvore do conhecimento do bem e do mal, a morte aparece logo em seguida como uma consequência do ato de comer os seus frutos, como destacado na citação acima. Acho importante destacar também que esse conhecimento dualista exposto pela ideia de um conhecimento do bem e do mal é a expressão de um conhecimento egoísta, que torna o humano apartado da divindade.
Qual o bem que esse conhecimento aponta? O meu bem.
Qual o mal que esse conhecimento aponta? O meu mal.
Quando assumimos um pensamento dualista, estamos assumindo uma divisão não só no objeto de conhecimento, mas em nós mesmos. É dentro dessa forma de ver o mundo que pode haver um sujeito que conhece e um objeto conhecido. Que pode haver um eu e um outro. E o Eu é sempre privilegiado. Enquanto o caminho da Árvore da Vida é um caminho que busca religar, unir-se com o divino, romper as barreiras colocadas entre nosso Eu e o todo que nos cerca, o caminho da árvore da morte traz uma busca particular, encerrada cada vez mais no próprio sujeito, seus desejos, medos, etc. E esse fechar-se cada vez mais em si mesmo, é morrer.
Caminhar pelas Qliphoth, é desligar-se cada vez mais do exterior, ou melhor dizendo, é criar cada vez mais o exterior, mas não em um sentido de abster-se, mas sim de levar em consideração apenas o que é desejo particular. E encerrando-se cada vez mais, perdendo essa irmandade com as coisas, iniciamos um processo de morte.
E por isso deixo como principal alerta durante essa roda, que fiquemos atentos a qualquer inclinação ao isolamento que possa surgir, ainda mais durante esse período de pandemia. Precisaremos nos manter abertos ao outro em nosso cotidiano, e também abertos aqui enquanto grupo. Um do outro cuidará... Por favor não esqueçam isso!
Deixo aqui esse curta, que marra justamente o oposto dessa exteriorização. Mas uma reunião de tudo.
Se alguém quiser complementar o tópico, fique à vontade. Na próxima postagem vou falar da primeira Qliphah.
Podemos compartilhar algumas experiências sim.
Antes de falar das Qliphoth propriamente, vou deixar mais algumas considerações que acredito serem importantes para nosso trabalho.
Por que "Árvore da Morte"?
Gêneses 2:8-9 e 16-17 escreveu:Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, a oriente, e pôs ali o homem que havia formado. E o Senhor Deus fez brotar do solo toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso, e, no meio do jardim, a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.(...) O Senhor Deus deu-lhe uma ordem, dizendo: Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não deves comer, porque, no dia em que dela comeres, com certeza morrerás
Embora o livro do Gênese não mencione uma árvore da morte, e sim uma árvore do conhecimento do bem e do mal, a morte aparece logo em seguida como uma consequência do ato de comer os seus frutos, como destacado na citação acima. Acho importante destacar também que esse conhecimento dualista exposto pela ideia de um conhecimento do bem e do mal é a expressão de um conhecimento egoísta, que torna o humano apartado da divindade.
Qual o bem que esse conhecimento aponta? O meu bem.
Qual o mal que esse conhecimento aponta? O meu mal.
Quando assumimos um pensamento dualista, estamos assumindo uma divisão não só no objeto de conhecimento, mas em nós mesmos. É dentro dessa forma de ver o mundo que pode haver um sujeito que conhece e um objeto conhecido. Que pode haver um eu e um outro. E o Eu é sempre privilegiado. Enquanto o caminho da Árvore da Vida é um caminho que busca religar, unir-se com o divino, romper as barreiras colocadas entre nosso Eu e o todo que nos cerca, o caminho da árvore da morte traz uma busca particular, encerrada cada vez mais no próprio sujeito, seus desejos, medos, etc. E esse fechar-se cada vez mais em si mesmo, é morrer.
Álvaro de Campos escreveu:Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas senão uma despedida
Caminhar pelas Qliphoth, é desligar-se cada vez mais do exterior, ou melhor dizendo, é criar cada vez mais o exterior, mas não em um sentido de abster-se, mas sim de levar em consideração apenas o que é desejo particular. E encerrando-se cada vez mais, perdendo essa irmandade com as coisas, iniciamos um processo de morte.
E por isso deixo como principal alerta durante essa roda, que fiquemos atentos a qualquer inclinação ao isolamento que possa surgir, ainda mais durante esse período de pandemia. Precisaremos nos manter abertos ao outro em nosso cotidiano, e também abertos aqui enquanto grupo. Um do outro cuidará... Por favor não esqueçam isso!
Deixo aqui esse curta, que marra justamente o oposto dessa exteriorização. Mas uma reunião de tudo.
Se alguém quiser complementar o tópico, fique à vontade. Na próxima postagem vou falar da primeira Qliphah.
Neo- Adepto
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Re: As Qliphoth
A palavra Qliphah significa casca ou concha e pode ser entendida como as camadas grosseiras que encobrem o núcleo da manifestação sephirótica. De um ponto de vista platônico, poderíamos dizer que as Qliphoth são as sombras, e aquele que ainda não adquiriu a clareza necessária poderia facilmente se distrair com a sombra acreditando que fosse aquilo que estava buscando.
Dessa forma poderíamos facilmente nos distrair com a ira, o ódio, a violência acreditando se tratar de Severidade, quando na verdade seria apenas um reflexo distorcido da mesma. A luz de cada uma das Sephiroth projeta sua sombra nas Qliphoth, e cada um que busque acessar as primeiras terá que passar pela segunda como um envoltório e assim surgem as ordálias relacionadas a cada uma delas, tais ordálias são as dificuldades de penetrar a casca, de abrir a concha, de abrir a Qliphah para que a sombra seja dissipada pela luz da Sephirah. E para isso o adepto precisa aprender a se guiar e não ficar preso as distrações.
Aqui começarei a postagem sobre as Qliphoth, antes de cada ritual postarei sobre a Qliphah correspondente à Sephirah que estaremos trabalhando.
Vamos começar com a Qliphah de Malkuth
10. LILITH
A décima Qliphah é chamada de Lilith ou Nahemoth/Nahema.
A imagem associada é a de uma bela mulher capaz de assumir uma forma bestial.
Conhecida como "rainha da noite" ou ainda "sussurros da noite". Representa a força do chamado da Terra, o selvagem, o carnal, a luxúria, e os excessos.
Representa tudo aquilo da existência física que não é controlado, ou não pode ser. Assim como Malkuth é o último estágio da energia sephiróthica, Lilith solidifica a força de todas as Qliphoth anteriores. É uma força caótica e anticivilizatória e desagregadora de toda ordem estabelecida.
Existem também cinco Nações Amaldiçoadas associadas a esta Qliphah, que são zonas dominadas por forças sombrias, que sâo:
-Amalekitas, os Agressores
-Gheburin, os violentos
-Raphaim, os covardes
-Nephilim, voluptuosos
-Anakim, Anarquistas, as crianças do Caos
Dessa forma poderíamos facilmente nos distrair com a ira, o ódio, a violência acreditando se tratar de Severidade, quando na verdade seria apenas um reflexo distorcido da mesma. A luz de cada uma das Sephiroth projeta sua sombra nas Qliphoth, e cada um que busque acessar as primeiras terá que passar pela segunda como um envoltório e assim surgem as ordálias relacionadas a cada uma delas, tais ordálias são as dificuldades de penetrar a casca, de abrir a concha, de abrir a Qliphah para que a sombra seja dissipada pela luz da Sephirah. E para isso o adepto precisa aprender a se guiar e não ficar preso as distrações.
Aqui começarei a postagem sobre as Qliphoth, antes de cada ritual postarei sobre a Qliphah correspondente à Sephirah que estaremos trabalhando.
Vamos começar com a Qliphah de Malkuth
10. LILITH
A décima Qliphah é chamada de Lilith ou Nahemoth/Nahema.
A imagem associada é a de uma bela mulher capaz de assumir uma forma bestial.
Conhecida como "rainha da noite" ou ainda "sussurros da noite". Representa a força do chamado da Terra, o selvagem, o carnal, a luxúria, e os excessos.
Representa tudo aquilo da existência física que não é controlado, ou não pode ser. Assim como Malkuth é o último estágio da energia sephiróthica, Lilith solidifica a força de todas as Qliphoth anteriores. É uma força caótica e anticivilizatória e desagregadora de toda ordem estabelecida.
Existem também cinco Nações Amaldiçoadas associadas a esta Qliphah, que são zonas dominadas por forças sombrias, que sâo:
-Amalekitas, os Agressores
-Gheburin, os violentos
-Raphaim, os covardes
-Nephilim, voluptuosos
-Anakim, Anarquistas, as crianças do Caos
Neo- Adepto
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Re: As Qliphoth
Vou tentar contribuir um pouco.
De acordo com Karlsson, no livro Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic, "a Qlipha de Lilith corresponde ao selvagem e o carnal. A terra em seu aspecto mais violento."
(Sugiro que neste ponto Neo colabore com seu conhecimento na simbologia dos elementos. Penso que ela pode ser bastante útil, pois é nas analogias que se escondem os maiores arcanos).
O pintor Arnold Bocklin tem algumas boas pinturas que, segundo Karlsson, são boas imagens do que essa Qlipha simboliza. Concordo com ele, principalmente sobre esta que apresento abaixo. Chama-se Plague, de 1898.
Ora, ora, estamos em meio a uma pandemia...
"Ela (Lilith) é o aspécto da existência física que não pode ser controlado." Embora muito se tenha tentado nesse sentido.
"O sono e os sonhos são o útero da Qlipha Lilith. Conteúdos reprimidos pela mente em vigília ( por todo um aparato moral que outros campos do saber podem oferecer alguma explicação) aparecem em sonhos e podem adotar a forma demoníaca, refletindo tanto nossos medos quanto nossos desejos "
Call me Freudiana, é verdade.
Estar atento aos nossos sonhos, no entanto, é um imperativo a qualquer estudioso de ocultismo. Apenas sugiro estar mais atentos agora.
Atentos aos sonhos, aos medos e aos desejos...
De acordo com Karlsson, no livro Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic, "a Qlipha de Lilith corresponde ao selvagem e o carnal. A terra em seu aspecto mais violento."
(Sugiro que neste ponto Neo colabore com seu conhecimento na simbologia dos elementos. Penso que ela pode ser bastante útil, pois é nas analogias que se escondem os maiores arcanos).
O pintor Arnold Bocklin tem algumas boas pinturas que, segundo Karlsson, são boas imagens do que essa Qlipha simboliza. Concordo com ele, principalmente sobre esta que apresento abaixo. Chama-se Plague, de 1898.
Ora, ora, estamos em meio a uma pandemia...
"Ela (Lilith) é o aspécto da existência física que não pode ser controlado." Embora muito se tenha tentado nesse sentido.
"O sono e os sonhos são o útero da Qlipha Lilith. Conteúdos reprimidos pela mente em vigília ( por todo um aparato moral que outros campos do saber podem oferecer alguma explicação) aparecem em sonhos e podem adotar a forma demoníaca, refletindo tanto nossos medos quanto nossos desejos "
Call me Freudiana, é verdade.
Estar atento aos nossos sonhos, no entanto, é um imperativo a qualquer estudioso de ocultismo. Apenas sugiro estar mais atentos agora.
Atentos aos sonhos, aos medos e aos desejos...
Nienna- Neófito
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Re: As Qliphoth
Todo fruto é protegido por cascas, a Natureza (equivalente ao nome Elohim em hebraico), protege a essência dos frutos, suas sementes e poupa através das cascas.
Assim como a concha protege a preciosidade das pérolas assim as Qliphoth protegem as Sephiroth.
Em um mundo dual como o nosso toda manifestação é polarizada e toda luz projeta uma sombra. apenas em Ein Soph tudo se dilui no Uno que é a meta toda a criação.
Aqui vagaremos pelos tuneis de Maeth, aqui perscrutaremos a sombra em nós para alcançar, sermos merecedores, das Orot Chayá e Hochmah (Luzes da Misericórdia e Sabedoria).
Minha sugestão é que para adentrar neste reino, que possamos buscar olhar o que em nós estes domínios representam, quais aspectos de nossa natureza inferior estão em consonância com cada uma dessas Conchas.
Pois no umbral de cada Sephirah há um Anjo que guarda sua entrada e no umbral de cada Qliphah há um Demônio que guarda a sua entrada. O que em nos ressoa com cada um desses aspectos e como nos purificar deles para ascender aos mundos superiores?
Saudações!
Assim como a concha protege a preciosidade das pérolas assim as Qliphoth protegem as Sephiroth.
Em um mundo dual como o nosso toda manifestação é polarizada e toda luz projeta uma sombra. apenas em Ein Soph tudo se dilui no Uno que é a meta toda a criação.
Aqui vagaremos pelos tuneis de Maeth, aqui perscrutaremos a sombra em nós para alcançar, sermos merecedores, das Orot Chayá e Hochmah (Luzes da Misericórdia e Sabedoria).
Minha sugestão é que para adentrar neste reino, que possamos buscar olhar o que em nós estes domínios representam, quais aspectos de nossa natureza inferior estão em consonância com cada uma dessas Conchas.
Pois no umbral de cada Sephirah há um Anjo que guarda sua entrada e no umbral de cada Qliphah há um Demônio que guarda a sua entrada. O que em nos ressoa com cada um desses aspectos e como nos purificar deles para ascender aos mundos superiores?
Saudações!
Re: As Qliphoth
Qliphoth e Ruptura dos Vasos
No livro do Gênese (36:31-40) existe uma menção rápida aos reis de Edom, que teriam reinado antes do povo de Israel possuir um rei. Essa passagem reaparece com mais detalhes no Zohar através dos ensinamentos do Rabi Shimon ben Yochai no Idra Rabba (Grande Assembléia):
Essa forma do Homem que ainda não havia sido criada era Adam Kadmon, forma essa que de fato compreendia todas as coisas, por se tratar da forma do microcosmo que reflete por sua vez o macrocosmo. Todos esses elementos presentes no trecho destacado e no restante do capitulo em questão acabaram chegando até o famoso cabalista Isaac Luria, que expandiu esse pensamento com sua doutrina do Schevirat Ha-keilim (ruptura dos vasos) e do tikun (correção) que influenciaram fortemente o pensamento cabalista posterior.
Na visão de Luria, Adam Kadmon é uma primeira forma de manifestar-se a luz divina que tem origem a partir do Ein-Sof (Ein-Sof, em uma explicação rápida e simplista seria a existência imanifesta de Deus, antes das suas várias manifestações acontecerem.). Essa luz inicialmente estaria concentrada de forma misturada, mas conforme os lugares de cada coisa foram determinados por Deus em um tipo de hierarquia, foi necessário separar essa luz em pontos nos quais se concentrariam, e para isso houve necessidade de vasos para conter essa luz. Os vasos correspondentes a Kether, Chochmah e Binah cumpriram muito bem seu papel de armazenar a luz, mas quando a luz desceu para as demais sephiroth, os vasos não suportaram sua força e romperam.
Isso teria acontecido, na interpretação apresentada no Zohar, devido a ação de Gueburah (Severidade) sem seu equilibrio em Chessed (Misericórdia). Edom seria um reino de severidade desequilibrada, que sem o auxílio do polo oposto não conseguiu ir adiante do fogo inicial. Apenas faíscas como menciona o texto.
Dentro do pensamento luriano esse acontecimento não representava nenhum caos, mas sim um processo natural. Porém algumas correntes posteriores passaram a entender isso em um sentido negativo.
Mas o que tudo isso tem a ver com as qliphoth?
Para Luria, e seus seguidores, a morte dos reis de Edom seria a morte dos antigos vasos, e o nascimento dos novos recipientes puros, um processo de purificação que aconteceria através do movimento da luz pela Árvore da Vida, eliminando os aspectos qliphóticos que existiriam desde antes da ruptura, quando existiam de forma misturada na luz e a própria divisão dessa luz em pontos de concentração tornando necessária a existência dos vasos teria como razão a necessidade dessa purificação.
No entanto algumas correntes discordaram desse ponto de vista, pois acreditavam que desse jeito se estaria sugerindo que o próprio Deus seria dualista, e começaram a defender que as qliphoth teriam origem nos fragmentos dos vasos que haviam partido e, portanto, não existiam antes desse acontecimento.
Dessa forma temos essas duas versões para a origem das Qliphoth, e como devem perceber é um assunto complexo que envolve muitos elementos e abre espaço pra muitos questionamentos.
No livro do Gênese (36:31-40) existe uma menção rápida aos reis de Edom, que teriam reinado antes do povo de Israel possuir um rei. Essa passagem reaparece com mais detalhes no Zohar através dos ensinamentos do Rabi Shimon ben Yochai no Idra Rabba (Grande Assembléia):
Antes que o Ancião dos Dias, Ele que é o mais oculto de todos os mistérios, preparasse o primeiro Reino ou as formas dos reis, não havia nem limites nem fronteiras. E o Santíssimo começou a imprimir essas formas e a desenhá-las em Sua Própria Substância. Estendeu um véu na Sua Face e desenhou nele os reinos, traçando seus limites e formas. Contudo, não lograram existir. Estes foram os Reis que reinaram sobre as terras de Edom, antes que um rei reinasse sobre Israel - os Reis celestes e o Israel celeste. Mas ainda que esses reis tenham sido criados e nomeados, não puderam existir até Deus ter descido sobre eles e velado Sua face diante deles. Existiram mundos antigos que foram destruídos - mundos sem forma, que eram como faíscas de fogo, pois assim faz o ferreiro ao bater o ferro, lançando faíscas em todas as direções. Mas eles não puderam existir porque o Ancião dos Dias não tinha ainda tomado forma - o trabalhador ainda não estava em sua tarefa. E também porque o Homem ainda não havia sido formado. A forma do Homem compreende todas as coisas, e todas as coisas podem sustentar a vida por meio delas. Como o Homem ainda não havia sido criado, os mundos que o precederam não puderam nem viver nem se sustentar, e caíram em ruínas até que a forma do Homem tivesse sido estabelecida. Depois da criação do Homem, todos eles renasceram, mas sob outros nomes"
Essa forma do Homem que ainda não havia sido criada era Adam Kadmon, forma essa que de fato compreendia todas as coisas, por se tratar da forma do microcosmo que reflete por sua vez o macrocosmo. Todos esses elementos presentes no trecho destacado e no restante do capitulo em questão acabaram chegando até o famoso cabalista Isaac Luria, que expandiu esse pensamento com sua doutrina do Schevirat Ha-keilim (ruptura dos vasos) e do tikun (correção) que influenciaram fortemente o pensamento cabalista posterior.
Na visão de Luria, Adam Kadmon é uma primeira forma de manifestar-se a luz divina que tem origem a partir do Ein-Sof (Ein-Sof, em uma explicação rápida e simplista seria a existência imanifesta de Deus, antes das suas várias manifestações acontecerem.). Essa luz inicialmente estaria concentrada de forma misturada, mas conforme os lugares de cada coisa foram determinados por Deus em um tipo de hierarquia, foi necessário separar essa luz em pontos nos quais se concentrariam, e para isso houve necessidade de vasos para conter essa luz. Os vasos correspondentes a Kether, Chochmah e Binah cumpriram muito bem seu papel de armazenar a luz, mas quando a luz desceu para as demais sephiroth, os vasos não suportaram sua força e romperam.
Isso teria acontecido, na interpretação apresentada no Zohar, devido a ação de Gueburah (Severidade) sem seu equilibrio em Chessed (Misericórdia). Edom seria um reino de severidade desequilibrada, que sem o auxílio do polo oposto não conseguiu ir adiante do fogo inicial. Apenas faíscas como menciona o texto.
Dentro do pensamento luriano esse acontecimento não representava nenhum caos, mas sim um processo natural. Porém algumas correntes posteriores passaram a entender isso em um sentido negativo.
Mas o que tudo isso tem a ver com as qliphoth?
Para Luria, e seus seguidores, a morte dos reis de Edom seria a morte dos antigos vasos, e o nascimento dos novos recipientes puros, um processo de purificação que aconteceria através do movimento da luz pela Árvore da Vida, eliminando os aspectos qliphóticos que existiriam desde antes da ruptura, quando existiam de forma misturada na luz e a própria divisão dessa luz em pontos de concentração tornando necessária a existência dos vasos teria como razão a necessidade dessa purificação.
No entanto algumas correntes discordaram desse ponto de vista, pois acreditavam que desse jeito se estaria sugerindo que o próprio Deus seria dualista, e começaram a defender que as qliphoth teriam origem nos fragmentos dos vasos que haviam partido e, portanto, não existiam antes desse acontecimento.
Dessa forma temos essas duas versões para a origem das Qliphoth, e como devem perceber é um assunto complexo que envolve muitos elementos e abre espaço pra muitos questionamentos.
Neo- Adepto
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Nienna gosta desta mensagem
Re: As Qliphoth
Há quem diga que as Qliphoth nascem no momento em que o homem prova o fruto do bem e do mal, quando Daath se desagrega da Etz Hayim devido ao desejo do homem querer se tornar "como D-us". Neste processo a sombra, antes não pertencente ao corpo luminoso de Adam Kadmon, adentra sua estrutura, Daath se desacopla da Árvore Eterna e a dualidade é criada. Desejo de receber e doar se misturam e essa é chamada a primeira restrição.
Esse eh o processo natural de desenvolvimento do homem, a Criatura deseja ser como o Criador, mas não possui vasos (Kelim) suficientemente desenvolvidos para receber a Luz do Criador. Isso provoca o rompimento do homem com o Éden e portanto a sua queda aos mundos inferiores.
Pararei por aqui e vejamos o que os demais tem a dizer sobre o tema.
Saudações!
Esse eh o processo natural de desenvolvimento do homem, a Criatura deseja ser como o Criador, mas não possui vasos (Kelim) suficientemente desenvolvidos para receber a Luz do Criador. Isso provoca o rompimento do homem com o Éden e portanto a sua queda aos mundos inferiores.
Pararei por aqui e vejamos o que os demais tem a dizer sobre o tema.
Saudações!
Re: As Qliphoth
9. Gamaliel
A qliphah Gamaliel significa os obscenos, o obscuro ou ainda Deus poluído e tem uma ligação bastante grande com a Qliphah de Lillith, sendo chamada muitas vezes de “trono de Lillith”, é de onde ela provém. É uma qlipha associada a obscenidade. Se Yesod é muitas vezes associada ao mar com suas ondas, Gamaliel é representada pelo mais profundo abismo do oceano. Representa a insaciabilidade dos desejos.
A qliphah Gamaliel significa os obscenos, o obscuro ou ainda Deus poluído e tem uma ligação bastante grande com a Qliphah de Lillith, sendo chamada muitas vezes de “trono de Lillith”, é de onde ela provém. É uma qlipha associada a obscenidade. Se Yesod é muitas vezes associada ao mar com suas ondas, Gamaliel é representada pelo mais profundo abismo do oceano. Representa a insaciabilidade dos desejos.
Neo- Adepto
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Re: As Qliphoth
Acho que quem quiser complementar um pouco o conhecimento sobre as Qliphoth pode dar uma olhada no livro Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic. Ta em inglês, mas a linguagem não é muito rebuscada, então quem tiver um conhecimento bem básico da língua ainda vai conseguir ler.
De acordo com o livro essa é uma Qlipha relacionada a luz astral descrita por Eliphas Levi. E relacionada também aos sonhos dos quais não conseguimos nos lembrar ao acordar, pois seu conteúdo é reprimido pelo superego.
É interessante notar a influência da psicanálise na magia moderna. Penso que é pq a psicanálise tem como conceito fundamental a existência do inconsciente, uma "porção" de nossa psiquê que nos é desconhecida, mas que possui grande importância em nossa constituição. Lá estão, ENTRE OUTRAS COISAS, os conteúdos reprimidos, moralmente repreensíveis, que uma vez colocados em prática prejudicariam e muito a vida pessoal e social do sujeito.
Enfim, não vou fazer aproximações entre esses campos. Só quis chamar atenção pq o proprio autor faz essa correlação e eu acho interessante levar em consideração o contexto histórico no qual algumas teorias são propostas. Isso ajuda a entender muita coisa.
Mais uma vez essa Qlipha tem relação com desejos e sonhos. Desejos reprimidos, repreensíveis, não aceitos por nossa moral judaico cristã. Bom momento para tentar recordar dos sonhos ao acordar, anotá-los e refletir sobre eles.
De acordo com o livro essa é uma Qlipha relacionada a luz astral descrita por Eliphas Levi. E relacionada também aos sonhos dos quais não conseguimos nos lembrar ao acordar, pois seu conteúdo é reprimido pelo superego.
É interessante notar a influência da psicanálise na magia moderna. Penso que é pq a psicanálise tem como conceito fundamental a existência do inconsciente, uma "porção" de nossa psiquê que nos é desconhecida, mas que possui grande importância em nossa constituição. Lá estão, ENTRE OUTRAS COISAS, os conteúdos reprimidos, moralmente repreensíveis, que uma vez colocados em prática prejudicariam e muito a vida pessoal e social do sujeito.
Enfim, não vou fazer aproximações entre esses campos. Só quis chamar atenção pq o proprio autor faz essa correlação e eu acho interessante levar em consideração o contexto histórico no qual algumas teorias são propostas. Isso ajuda a entender muita coisa.
Mais uma vez essa Qlipha tem relação com desejos e sonhos. Desejos reprimidos, repreensíveis, não aceitos por nossa moral judaico cristã. Bom momento para tentar recordar dos sonhos ao acordar, anotá-los e refletir sobre eles.
Nienna- Neófito
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Re: As Qliphoth
Imaginem que Yesod está relacionada ao orgão genital do Homem Primordial, Adam Harishon.
E como toda Qliphah ela representa o aspecto obscuro desta potencialidade. A casca a ser vencida para que possamos penetrar no seio da Luz Astral em todo o seu esplendor.
Yesod significa Fundamento, Gamaliel tem algumas traduções entre elas "D-us é minha recompensa", ou seja aqui vemos claramente a influência dos desejos como instrumento de aprisionamento do ser, principalmente após "a Queda" cujo motivo foi o desejo de ser igual a D-us, mas enquanto o desejo de equivalência de forma for egoísta nunca teremos vasos preparados o suficiente para "receber" (leqabêl) O Criador.
Pela minha percepção, deveríamos avaliar o que desejamos e sobretudo, como desejamos.
Os desejos são distorções do potencial da Vontade. uma excelente oportunidade de trabalhar esse aspecto.
Saudações.
Chico Xavier in Pinga Fogo escreveu:Se todas as potencialidades servem à evolução do homem, porque com a sexualidade seria diferente?
E como toda Qliphah ela representa o aspecto obscuro desta potencialidade. A casca a ser vencida para que possamos penetrar no seio da Luz Astral em todo o seu esplendor.
Yesod significa Fundamento, Gamaliel tem algumas traduções entre elas "D-us é minha recompensa", ou seja aqui vemos claramente a influência dos desejos como instrumento de aprisionamento do ser, principalmente após "a Queda" cujo motivo foi o desejo de ser igual a D-us, mas enquanto o desejo de equivalência de forma for egoísta nunca teremos vasos preparados o suficiente para "receber" (leqabêl) O Criador.
Pela minha percepção, deveríamos avaliar o que desejamos e sobretudo, como desejamos.
Os desejos são distorções do potencial da Vontade. uma excelente oportunidade de trabalhar esse aspecto.
Saudações.
Re: As Qliphoth
8. Sammael
A Qliphah de Hod se chama Sammael que significa o veneno de Deus e se relaciona ao engano e à desonestidade.
Sammael é o anjo da morte, que na literatura cabalística possui um papel bastante importante. Destaco aqui esse trecho do Zohar:
Como falei em um outro post esse jugo de Edom, para algumas correntes cabalísticas, possui uma ligação direta ao tema das qliphoth, ao passo que a palavra "Israel" geralmente faz referência à Sephirah de Malkuth. Neste trecho o que vemos é a presença de duas forças, a primeira representada por Miguel parece clamar por uma libertação das influências qliphóticas, ao passo que Sammael parece bastante preocupado em manter essa influência.
Uma descrição parecida aparece nos escritos do cabalista Abraão Abuláfia, ainda antes da escrita do Zohar, quando este defende que a união mística com o Criador deveria ser realizada pelas dez sephiroth que constituem a natureza humana, através da coleta da luz que emana das dez sephiroth superiores, ou seja, temos aqui a ideia de que há um "reflexo" das 10 sephiroth dentro da alma humana e que é possível a partir da afinidade destas com as 10 superiores capturar suas forças e realizar a união mística. Dentro deste ponto de vista, Abuláfia vai considerar Sammael e Metatron como dois impulsos inerentes a natureza humana. Metatron entraria aqui para ocupar o mesmo papel que é ocupado por Miguel no Zohar, mas entendido, assim como o próprio Sammael, enquanto inclinação humanas, sendo uma de entrega ao domínio das Qliphoth, representado por Sammael, e outro de busca por Salvação representado por Metatron.
Esta relação entre polos na Kabbalah de Abuláfia é recorrente e não é só nesse processo de união mística, mas na própria forma de interpretar os textos, que para a perspectiva desse cabalista envolveria uma relação entre significado literal e significado oculto, que seriam mais uma forma de se manifestar a dualidade Sephirah/Qliphoth.
Na perspectiva desse seguidor de Abuláfia, não diferente da visão de seu próprio mestre, existem níveis de significado na leitura da Torá, na qual o significado literal é entendido como negativo ou demoníaco, pois pertenceria ao que é aparente, a uma camada exterior, ou seja, uma qliphah (casca). O que parece estar escrito à primeira vista é sempre qliphótico, sendo necessário romper essa casca para que se possa penetrar em significados mais profundos e divinos, tal qual para se chegar ao núcleo sephirótico é necessário romper a casca externa.
O que à primeira vista é ira (Golahab), ao romper a casca revela em seu núcleo a severidade (Gueburah).
Dessa forma, como Hod é uma sephirah relacionada à racionalidade e ao intelecto que é capaz de dividir os objetos para analisar suas partes e entender profundamente seus significados, naturalmente Sammael se mostra uma qliphah das aparências (afinal, qual não é?), e por isso um anjo da morte, mas não da morte em si que consiste em transformações, mas sim do fim aparente.
A racionalidade aparece aqui enquanto o que há de divino no ser humano, se opondo a esse primeiro olhar descuidado que gera a superstição ao invés do conhecimento. Por isso Sammael é relacionado ao engano e à desonestidade. É o Diabo de Eliphas Levi, que é criado pelo olhar do ignorante que olha para Lucifer, o anjo portador da luz divina, e diante de sua beleza o teme. Aquela velha frase que diz: As pessoas temem o que não entendem.
Eliphas Levi dedica toda a introdução do seu Ritual à Sammael, pois entende que existe uma dualidade entre Dogma e Ritual, sendo que o Ritual busca, através de símbolos, representar o Dogma. O Ritual é o véu do Dogma e aqueles que olham para uma cerimônia mágica e a entendem em sua literalidade se distanciam da verdadeira magia que consiste no que está por trás do véu, por trás do altar, das velas, dos gestos e vestes, por trás das palavras obscuras das conjurações. O Ritual é a mesa cheia do Mago, que encanta o vulgo que acredita que os prodígios estão vindo dos instrumentos, quando na verdade estão vindo da ciência por trás, daquilo que o Mago cala, da moeda que oculta em seu bolso.
O próprio Baphomet de Levi traz esse simbolismo, sua aparência demoníaca afasta o observador dos significados profundos e divinos, pois encontra ali o Diabo, enquanto o sábio vai decompor a figura em partes (ato intelectual) e decifrar o significado de seus símbolos. "Decifra-me ou te devoro" diz a esfinge, é assim que as cascas também devoram aqueles que se aproximam das suas correntes astrais.
Aqueles que quiserem pensar um pouco mais acerca dessas coisas recomendo que releiam a introdução do Ritual de Levi, tendo essas coisas em mente, tem muita coisa ali que é possível pensar, estão nas entrelinhas, bem distante da camada externa do texto, que aliás, é propositalmente mais obscura que a introdução do Dogma.
A Qliphah de Hod se chama Sammael que significa o veneno de Deus e se relaciona ao engano e à desonestidade.
Sammael é o anjo da morte, que na literatura cabalística possui um papel bastante importante. Destaco aqui esse trecho do Zohar:
o anjo Miguel, que é protetor de Israel, estava diante do Santíssimo e lhe perguntou: "Quando teus amados filhos serão salvos do jugo de Edom? Com certeza já foram suficientemente castigados por seus pecados!" Mas, antes que o Santíssimo pudesse responder, eis que Sammael se apresentou diante d'Ele e disse: "oh, Mestre do Mundo! Disseste que a comunidade de Israel permaneceria sob o jugo de Edom até o tempo em que eles pudessem aparecer em Tua Presença, em pureza e em limpeza. Sabes que existem ainda muitos pecadores entre eles." Nisso o Santíssimo lançou um olhar de raiva a Sammael, que havia ousado difamar Israel, de modo que o Perverso fugisse três mil milhas e se escondesse.
Como falei em um outro post esse jugo de Edom, para algumas correntes cabalísticas, possui uma ligação direta ao tema das qliphoth, ao passo que a palavra "Israel" geralmente faz referência à Sephirah de Malkuth. Neste trecho o que vemos é a presença de duas forças, a primeira representada por Miguel parece clamar por uma libertação das influências qliphóticas, ao passo que Sammael parece bastante preocupado em manter essa influência.
Uma descrição parecida aparece nos escritos do cabalista Abraão Abuláfia, ainda antes da escrita do Zohar, quando este defende que a união mística com o Criador deveria ser realizada pelas dez sephiroth que constituem a natureza humana, através da coleta da luz que emana das dez sephiroth superiores, ou seja, temos aqui a ideia de que há um "reflexo" das 10 sephiroth dentro da alma humana e que é possível a partir da afinidade destas com as 10 superiores capturar suas forças e realizar a união mística. Dentro deste ponto de vista, Abuláfia vai considerar Sammael e Metatron como dois impulsos inerentes a natureza humana. Metatron entraria aqui para ocupar o mesmo papel que é ocupado por Miguel no Zohar, mas entendido, assim como o próprio Sammael, enquanto inclinação humanas, sendo uma de entrega ao domínio das Qliphoth, representado por Sammael, e outro de busca por Salvação representado por Metatron.
Esta relação entre polos na Kabbalah de Abuláfia é recorrente e não é só nesse processo de união mística, mas na própria forma de interpretar os textos, que para a perspectiva desse cabalista envolveria uma relação entre significado literal e significado oculto, que seriam mais uma forma de se manifestar a dualidade Sephirah/Qliphoth.
Abuláfia escreveu:A maldição do [significado] explícito é a bênção do oculto, e a maldição do [significado] oculto é a bênção do explícito.
Um seguidor de Abuláfia escreveu:As forças severas da esquerda diminuirão, as que são denominadas de impulso do mal, e a esquerda, Sammael, Satã e o anjo da morte e a serpente. Todos eles serão lançados para longe de vós, bem como todas as suas forças pétreas, como é dito: "e removerei de vós o coração de pedra", e suas forças submeter-se-ão às forças divinas intelectuais, como é dito: "e vos darei coração de carne". [Então] vossos olhos abrir-se-ão para examinar estes assuntos divinos, os mais profundos e os intermediários, não [aquelas forças que pertencem às] cascas. E, quando alcançardes [este] degrau, estareis purificados da mácula corpórea e do pensamento dos sentidos, e a força intelectual não se mesclará, em grande ou em pequena proporção, com os sentidos, exceto na medida em que os sentidos sirvam de vaso que recebe o que nele é concebido
Na perspectiva desse seguidor de Abuláfia, não diferente da visão de seu próprio mestre, existem níveis de significado na leitura da Torá, na qual o significado literal é entendido como negativo ou demoníaco, pois pertenceria ao que é aparente, a uma camada exterior, ou seja, uma qliphah (casca). O que parece estar escrito à primeira vista é sempre qliphótico, sendo necessário romper essa casca para que se possa penetrar em significados mais profundos e divinos, tal qual para se chegar ao núcleo sephirótico é necessário romper a casca externa.
O que à primeira vista é ira (Golahab), ao romper a casca revela em seu núcleo a severidade (Gueburah).
Dessa forma, como Hod é uma sephirah relacionada à racionalidade e ao intelecto que é capaz de dividir os objetos para analisar suas partes e entender profundamente seus significados, naturalmente Sammael se mostra uma qliphah das aparências (afinal, qual não é?), e por isso um anjo da morte, mas não da morte em si que consiste em transformações, mas sim do fim aparente.
A racionalidade aparece aqui enquanto o que há de divino no ser humano, se opondo a esse primeiro olhar descuidado que gera a superstição ao invés do conhecimento. Por isso Sammael é relacionado ao engano e à desonestidade. É o Diabo de Eliphas Levi, que é criado pelo olhar do ignorante que olha para Lucifer, o anjo portador da luz divina, e diante de sua beleza o teme. Aquela velha frase que diz: As pessoas temem o que não entendem.
Eliphas Levi dedica toda a introdução do seu Ritual à Sammael, pois entende que existe uma dualidade entre Dogma e Ritual, sendo que o Ritual busca, através de símbolos, representar o Dogma. O Ritual é o véu do Dogma e aqueles que olham para uma cerimônia mágica e a entendem em sua literalidade se distanciam da verdadeira magia que consiste no que está por trás do véu, por trás do altar, das velas, dos gestos e vestes, por trás das palavras obscuras das conjurações. O Ritual é a mesa cheia do Mago, que encanta o vulgo que acredita que os prodígios estão vindo dos instrumentos, quando na verdade estão vindo da ciência por trás, daquilo que o Mago cala, da moeda que oculta em seu bolso.
O próprio Baphomet de Levi traz esse simbolismo, sua aparência demoníaca afasta o observador dos significados profundos e divinos, pois encontra ali o Diabo, enquanto o sábio vai decompor a figura em partes (ato intelectual) e decifrar o significado de seus símbolos. "Decifra-me ou te devoro" diz a esfinge, é assim que as cascas também devoram aqueles que se aproximam das suas correntes astrais.
Aqueles que quiserem pensar um pouco mais acerca dessas coisas recomendo que releiam a introdução do Ritual de Levi, tendo essas coisas em mente, tem muita coisa ali que é possível pensar, estão nas entrelinhas, bem distante da camada externa do texto, que aliás, é propositalmente mais obscura que a introdução do Dogma.
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Re: As Qliphoth
Nienna vai se lembrar dessas palavras: "quem de tudo duvida em nada acredita!"
Sammael atinge a todos que estão na senda da evolução, sua principal função é dissuadir o iniciado da senda, fazendo duvidar (intelectualmente) do caminho escolhido, seus argumentos são lógicos, sensatos, quase sábios.
O segredo aqui é que nada vive sem o seu oposto, para equilibrar o oposto de HOD devemos olhar para sua irmã Netzach.
Mas deixarei esse raciocínio para os demais completarem.
Sammael atinge a todos que estão na senda da evolução, sua principal função é dissuadir o iniciado da senda, fazendo duvidar (intelectualmente) do caminho escolhido, seus argumentos são lógicos, sensatos, quase sábios.
O segredo aqui é que nada vive sem o seu oposto, para equilibrar o oposto de HOD devemos olhar para sua irmã Netzach.
Mas deixarei esse raciocínio para os demais completarem.
Re: As Qliphoth
Malklord escreveu:Nienna vai se lembrar dessas palavras: "quem de tudo duvida em nada acredita!"
Sammael atinge a todos que estão na senda da evolução, sua principal função é dissuadir o iniciado da senda, fazendo duvidar (intelectualmente) do caminho escolhido, seus argumentos são lógicos, sensatos, quase sábios.
O segredo aqui é que nada vive sem o seu oposto, para equilibrar o oposto de HOD devemos olhar para sua irmã Netzach.
Mas deixarei esse raciocínio para os demais completarem.
Lembro sim
Lembrei tbm de uma imagem que o Aarin compartilhou outro dia desses, de um certo movimento pendular nos estudos de ocultismo.
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Re: As Qliphoth
7. Gharab
Por Netzach ser uma sephirah geralmente associada à Vênus é comum que se pense na sua qliphah, Gharab, como uma qliphah relacionada à luxúria, que seria o excesso das características deste planeta, no entanto, já vimos aspectos de luxúria em mais de uma qliphah, o que é natural visto que assim como as sephiroth, cada qliphah contém as qliphoth anteriores, porém o que Gharab expressa não é simplesmente luxúria no sentido de se deixar dominar pelas paixões. Sabemos que a sexualidade hoje abrange muita coisa, tem a ver com satisfação, com conexão e facilmente podemos entender a luxúria desta qliphah voltada para essa direção, como uma entrega aos prazeres ou coisa do tipo, todavia, a sexualidade expressa aqui é aquela mais biológica, fala de reprodução, de fertilidade, mas como pensar um aspecto de sombra da fertilidade?
Claro que uma qliphah nunca vai dizer respeito apenas a um aspecto da vida, nunca será somente física, nunca será somente mental ou espiritual, mas os símbolos podem ser, desde que saibamos entender o que estes símbolos representam nos outros níveis da nossa vida. O principal símbolo de Gharab é criação descontrolada, é como no mito de Caelus que estando em um coito eterno com Gaia, fazia ela gerar incontáveis filhos que jamais chegavam a nascer, pois ele também jamais interrompia o ato fazendo com que seus filhos permanecessem aprisionados no ventre da mãe (até que Cronos o castrou ainda lá dentro, libertando a si mesmo e seus irmãos). Gharab é criação sem propósito, uma geração constante de rebentos que nascem sem um propósito e são abandonados para que a geração continue, gerando sempre mais que o necessário, entrariam aqui até mesmo deformações. É um ato constante de dar início, mas sem o cuidado necessário para que aquilo que se iniciou se desenvolva, a concentração se mantém no ato de dar inicio.
Gharab significa "Os Corrompidos" ou Harab Serapel "os corvos da dispersão", e se associa à dispersão, aos projetos inacabados, abandonados para retornar ao início, começando novos, mas sem nunca manter a Vontade direcionada para que seja concluído. Se Netzach (Vitória) é superação de obstáculos, o que requer continuidade, Gharab nunca os supera, é uma vitória que nunca chega, pois se dispersa.
Por Netzach ser uma sephirah geralmente associada à Vênus é comum que se pense na sua qliphah, Gharab, como uma qliphah relacionada à luxúria, que seria o excesso das características deste planeta, no entanto, já vimos aspectos de luxúria em mais de uma qliphah, o que é natural visto que assim como as sephiroth, cada qliphah contém as qliphoth anteriores, porém o que Gharab expressa não é simplesmente luxúria no sentido de se deixar dominar pelas paixões. Sabemos que a sexualidade hoje abrange muita coisa, tem a ver com satisfação, com conexão e facilmente podemos entender a luxúria desta qliphah voltada para essa direção, como uma entrega aos prazeres ou coisa do tipo, todavia, a sexualidade expressa aqui é aquela mais biológica, fala de reprodução, de fertilidade, mas como pensar um aspecto de sombra da fertilidade?
Claro que uma qliphah nunca vai dizer respeito apenas a um aspecto da vida, nunca será somente física, nunca será somente mental ou espiritual, mas os símbolos podem ser, desde que saibamos entender o que estes símbolos representam nos outros níveis da nossa vida. O principal símbolo de Gharab é criação descontrolada, é como no mito de Caelus que estando em um coito eterno com Gaia, fazia ela gerar incontáveis filhos que jamais chegavam a nascer, pois ele também jamais interrompia o ato fazendo com que seus filhos permanecessem aprisionados no ventre da mãe (até que Cronos o castrou ainda lá dentro, libertando a si mesmo e seus irmãos). Gharab é criação sem propósito, uma geração constante de rebentos que nascem sem um propósito e são abandonados para que a geração continue, gerando sempre mais que o necessário, entrariam aqui até mesmo deformações. É um ato constante de dar início, mas sem o cuidado necessário para que aquilo que se iniciou se desenvolva, a concentração se mantém no ato de dar inicio.
Gharab significa "Os Corrompidos" ou Harab Serapel "os corvos da dispersão", e se associa à dispersão, aos projetos inacabados, abandonados para retornar ao início, começando novos, mas sem nunca manter a Vontade direcionada para que seja concluído. Se Netzach (Vitória) é superação de obstáculos, o que requer continuidade, Gharab nunca os supera, é uma vitória que nunca chega, pois se dispersa.
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Re: As Qliphoth
Muito bom o texto.
Em Fausto Mephistopheles disse "De que vale o eterno criar, se a criação em nada acabar?"
Essa frase me encantou desde a primeira vez que li.
Em Fausto Mephistopheles disse "De que vale o eterno criar, se a criação em nada acabar?"
Essa frase me encantou desde a primeira vez que li.
Nienna- Neófito
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Re: As Qliphoth
Se Samael nos faz duvidar, Gharab nos dispersa... interessante...
Um é o antidoto do outro, ação e pensamento.
Ponderação e Atitude...
Hod e Netzach
Nada manifesto vive sem seu oposto.
Saudações
Um é o antidoto do outro, ação e pensamento.
Ponderação e Atitude...
Hod e Netzach
Nada manifesto vive sem seu oposto.
Saudações
Re: As Qliphoth
6. Tagimron
Se Tiphereth é representada por um Sol, Tagimron (ou Thagirion ou ainda Tagaririm) representa o ofuscamento causado por sua luz aos olhos que não estão habituados ou preparados para recebê-la. É a incapacidade de ver a beleza de Tiphereth.
Tagimron significa “aqueles que estão em disputa”, uma referência aos dois princípios em desequilíbrio, aos cavalos que na lâmina do carro lutam pela direção que levarão o condutor, ao passo que este último deveria estar apontando a direção através de sua Vontade e não se deixando levar. Guiando os dois animais em direção ao objetivo final, sem deixar que se desviem para a direita ou para a esquerda.
Tagimron é inércia da Vontade e completa entrega à estas duas forças, para que lutem entre si para decidir a direção em que o magista será arrastado, enquanto este se mantém a mercê das influências das correntes astrais.
Em Alquimia, o Sol é justamente o resultado de uma conciliação máxima entre os dois princípios, de forma a estabelecerem o máximo equilíbrio, já em Tagimron não há conciliação, há apenas oposição e luta feroz entre estes princípios, que, em Alquimia, muitas vezes são representados pela luta de dois animais. A Salamandra e a Rêmora, o dragão alado e o dragão sem asas e assim por diante.
Tagimron também significa “aqueles que geram lágrimas” pois o conflito dessas duas forças tende a levar as pessoas ao sofrimento através de um sentimento de divisão.
Seu significado engloba também o encanto pelo prodígio, que impede de continuar o caminho, prendendo a atenção em um fenômeno sem importância, levando o magista a percorrer a jornada do louco que anda à beira do precipício, mas não percebe, pois enamorou-se do perfume de uma flor, ou vaga atrás de uma hipnotizante borboleta. Tagimron é orgulho por uma etapa vencida que leva a se comemorar como se tivéssemos vencido todas as etapas e já não precisássemos seguir adiante. É prender os olhos em uma ilusão, e enraizar os pés diante dela.
Se Tiphereth é representada por um Sol, Tagimron (ou Thagirion ou ainda Tagaririm) representa o ofuscamento causado por sua luz aos olhos que não estão habituados ou preparados para recebê-la. É a incapacidade de ver a beleza de Tiphereth.
Eliphas Levi escreveu:Exibir a luz às aves noturnas é cegá-las, pois se converte para elas em algo pior que a escuridão”
Tagimron significa “aqueles que estão em disputa”, uma referência aos dois princípios em desequilíbrio, aos cavalos que na lâmina do carro lutam pela direção que levarão o condutor, ao passo que este último deveria estar apontando a direção através de sua Vontade e não se deixando levar. Guiando os dois animais em direção ao objetivo final, sem deixar que se desviem para a direita ou para a esquerda.
Tagimron é inércia da Vontade e completa entrega à estas duas forças, para que lutem entre si para decidir a direção em que o magista será arrastado, enquanto este se mantém a mercê das influências das correntes astrais.
Em Alquimia, o Sol é justamente o resultado de uma conciliação máxima entre os dois princípios, de forma a estabelecerem o máximo equilíbrio, já em Tagimron não há conciliação, há apenas oposição e luta feroz entre estes princípios, que, em Alquimia, muitas vezes são representados pela luta de dois animais. A Salamandra e a Rêmora, o dragão alado e o dragão sem asas e assim por diante.
Tagimron também significa “aqueles que geram lágrimas” pois o conflito dessas duas forças tende a levar as pessoas ao sofrimento através de um sentimento de divisão.
Seu significado engloba também o encanto pelo prodígio, que impede de continuar o caminho, prendendo a atenção em um fenômeno sem importância, levando o magista a percorrer a jornada do louco que anda à beira do precipício, mas não percebe, pois enamorou-se do perfume de uma flor, ou vaga atrás de uma hipnotizante borboleta. Tagimron é orgulho por uma etapa vencida que leva a se comemorar como se tivéssemos vencido todas as etapas e já não precisássemos seguir adiante. É prender os olhos em uma ilusão, e enraizar os pés diante dela.
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Re: As Qliphoth
5. Golachab
A severidade de Geburah, quando não está equilibrada pela misericórdia de Chessed, se torna ira ou crueldade e é expressa pela qliphah Golachab (Os Flamejantes).
Golachab está associada com a rigidez de pensamento, com a incapacidade de aceitar ideias diferentes da suas e com a tentativa de impor verdades universais. Também se relaciona com a imposição de restrições por puro capricho. Prazer em ver uma outra pessoa ou situação se moldar de acordo com sua vontade, por pura vaidade.
Uma pessoa sob a influência de Golachab pode se tornar excessivamente controladora, capaz de qualquer coisa para manter as leis que estabeleceu. É o descontrole na busca por objetivos, que faz passar dos limites.
Em Golachab "os fins justificam os meios", mesmo que os meios utilizados sejam a total destruição.
Como toda qliphah, Golachab é uma casca, ou seja, é o que é visto de sua sephirah por aqueles que ainda não penetraram nela. É a natureza aparente de Geburah, que pode ser facilmente confundida com ira.
Por isso escolhi como imagem para este post a destruição de Sodoma e Gomorra, uma manifestação da "ira de Deus" quando pensamos de uma forma literal (qliphótica), mas cujos símbolos expressam a severidade, quando pensamos nos significados profundos (sephiróticos).
A severidade de Geburah, quando não está equilibrada pela misericórdia de Chessed, se torna ira ou crueldade e é expressa pela qliphah Golachab (Os Flamejantes).
Golachab está associada com a rigidez de pensamento, com a incapacidade de aceitar ideias diferentes da suas e com a tentativa de impor verdades universais. Também se relaciona com a imposição de restrições por puro capricho. Prazer em ver uma outra pessoa ou situação se moldar de acordo com sua vontade, por pura vaidade.
Uma pessoa sob a influência de Golachab pode se tornar excessivamente controladora, capaz de qualquer coisa para manter as leis que estabeleceu. É o descontrole na busca por objetivos, que faz passar dos limites.
Em Golachab "os fins justificam os meios", mesmo que os meios utilizados sejam a total destruição.
Como toda qliphah, Golachab é uma casca, ou seja, é o que é visto de sua sephirah por aqueles que ainda não penetraram nela. É a natureza aparente de Geburah, que pode ser facilmente confundida com ira.
Por isso escolhi como imagem para este post a destruição de Sodoma e Gomorra, uma manifestação da "ira de Deus" quando pensamos de uma forma literal (qliphótica), mas cujos símbolos expressam a severidade, quando pensamos nos significados profundos (sephiróticos).
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Re: As Qliphoth
4. Gha'agsheblah ou Gamchicoth
Conhecida como "os devoradores" essa qliphah é considerada uma força vampirizadora e se associa a tudo que busca consumir algo, colocar algo para dentro de si. Se a jornada pelo caminho da árvore da vida é uma jornada que visa se fundir ao todo, essa qliphah tende a querer colocar o todo para dentro dela.
Chessed é uma sephirah relacionada ao amor e à misericórdia, dessa forma sua qliphah tende a ser amor e misericórdia em excesso, chegando ao ponto da possessividade ou de uma entrega tão forte capaz de consumir o próprio amante.
Gha'agsheblah se manifesta em toda relação que deixa de ser saudável para gerar um campo no qual os elementos da relação se consumam de uma forma doentia, a partir da dominação, do controle, da superproteção e do ciúme. fatores que acabam afetando todos os elementos envolvidos.
Desta maneira, essa qliphah traz sob sua regência a tirania, a hipocrisia e o vício da gula.
Conhecida como "os devoradores" essa qliphah é considerada uma força vampirizadora e se associa a tudo que busca consumir algo, colocar algo para dentro de si. Se a jornada pelo caminho da árvore da vida é uma jornada que visa se fundir ao todo, essa qliphah tende a querer colocar o todo para dentro dela.
Chessed é uma sephirah relacionada ao amor e à misericórdia, dessa forma sua qliphah tende a ser amor e misericórdia em excesso, chegando ao ponto da possessividade ou de uma entrega tão forte capaz de consumir o próprio amante.
Gha'agsheblah se manifesta em toda relação que deixa de ser saudável para gerar um campo no qual os elementos da relação se consumam de uma forma doentia, a partir da dominação, do controle, da superproteção e do ciúme. fatores que acabam afetando todos os elementos envolvidos.
Desta maneira, essa qliphah traz sob sua regência a tirania, a hipocrisia e o vício da gula.
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Re: As Qliphoth
3. Satariel
Satariel, ou “A Ocultação de Deus” é a qliphah correspondente à sephirah de Binah e ao contrário desta, que é Entendimento, Satariel é Obscurecimento, ocultando a perfeição divina sob um véu de desequilíbrio.
Se o entendimento consiste em saber observar os elementos da realidade e estabelecer ordem, criando conexões e extraindo sentido das suas disposições. O obscurecimento se dá ao focar nas diferenças que separam estes elementos ao invés dos pontos que os harmonizam.
Em outras palavras, Satariel é o entendimento “fechado” sem abertura para o papel da Sabedoria (Chochmah), é a qliphah que rege as interpretações literais que arrastam o caminhante para a Árvore da Morte, é a aplicação da técnica sem a inspiração, vocação ou talento, é a casca, a aparência, é o entendimento raso sem abertura para o aprofundamento que só a sabedoria pode dar.
2. Ghogiel
Ghogiel ou Chaigidel significa O Palácio Vazio de Deus. Este palácio seria aquele em que o buscador acredita que vai encontrar Deus, mas quando adentra seus salões o descobre vazio. É o buscador projetando Deus em palácios vazios, cascas vazias.
Se a Sabedoria (Chochmah) é aquilo que nos guia para que possamos nos aproximar do divino, Ghogiel é um guia cego, que aponta para a direção errada e faz com que o buscador creia estar avançando na direção divina, enquanto o direciona para o caminho oposto, onde esse buscador se perderá.
1. Thaumiel
Thaumiel (Gêmeo de Deus) é conhecido como as duas forças em luta. Enquanto Kether é a Unidade Absoluta, Thaumiel é a Divisão Absoluta. É a força que mantém a árvore dividida e a crença da criatura apartada do Criador.
Thaumiel, ao criar essa divisão, coloca nos corações o medo pelo divino ou mesmo uma antipatia. Um desejo de se afastar ainda mais de tudo que faça menção a uma aproximação com o Criador.
Satariel, ou “A Ocultação de Deus” é a qliphah correspondente à sephirah de Binah e ao contrário desta, que é Entendimento, Satariel é Obscurecimento, ocultando a perfeição divina sob um véu de desequilíbrio.
Se o entendimento consiste em saber observar os elementos da realidade e estabelecer ordem, criando conexões e extraindo sentido das suas disposições. O obscurecimento se dá ao focar nas diferenças que separam estes elementos ao invés dos pontos que os harmonizam.
Em outras palavras, Satariel é o entendimento “fechado” sem abertura para o papel da Sabedoria (Chochmah), é a qliphah que rege as interpretações literais que arrastam o caminhante para a Árvore da Morte, é a aplicação da técnica sem a inspiração, vocação ou talento, é a casca, a aparência, é o entendimento raso sem abertura para o aprofundamento que só a sabedoria pode dar.
2. Ghogiel
Fernando Pessoa escreveu:Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta (...) E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Ghogiel ou Chaigidel significa O Palácio Vazio de Deus. Este palácio seria aquele em que o buscador acredita que vai encontrar Deus, mas quando adentra seus salões o descobre vazio. É o buscador projetando Deus em palácios vazios, cascas vazias.
Se a Sabedoria (Chochmah) é aquilo que nos guia para que possamos nos aproximar do divino, Ghogiel é um guia cego, que aponta para a direção errada e faz com que o buscador creia estar avançando na direção divina, enquanto o direciona para o caminho oposto, onde esse buscador se perderá.
1. Thaumiel
Thaumiel (Gêmeo de Deus) é conhecido como as duas forças em luta. Enquanto Kether é a Unidade Absoluta, Thaumiel é a Divisão Absoluta. É a força que mantém a árvore dividida e a crença da criatura apartada do Criador.
Thaumiel, ao criar essa divisão, coloca nos corações o medo pelo divino ou mesmo uma antipatia. Um desejo de se afastar ainda mais de tudo que faça menção a uma aproximação com o Criador.
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